domingo, 25 de maio de 2008

Au revoir, Guga

Gustavo Kuerten escolheu o palco que o consagrou para encerrar a sua vitoriosa carreira. O estádio Philippe Chatrier estava lotado para ver sua despedida. Lá, Guga conquistou por três vezes Roland Garros, um dos quatro torneios mais importantes do tênis.

O brasileiro entrou em quadra sem pretensões vestindo uniforme idêntico ao de seu primeiro título em 1997. Era nostalgia pura. A vitória nem passava por sua cabeça. Seu último grande triunfo foi nesse mesmo local, em 2004, ao bater Roger Federer. O adversário deste domingo era bem menos famoso, o francês Paul Henri Mathieu.

O operado e surrado quadril não permite mais atuações constantes e com a intensidade exigida nos dias de hoje. A todo o momento Guga levava as mãos às costas. Por poucos instantes a mágica e profunda paralela de esquerda reaparecia. Mas não dava mais. O 3 a 0 para Mathieu foi inevitável.

Foram 1h49min muito bem aproveitados por Kuerten, sempre com sorriso no rosto. O riso só foi substituído após sua última bola parar na rede. Ali o choro apareceu, enquanto todos o aplaudiam em pé. Mas não eram lágrimas de tristeza. Não poderiam ser. Com o rosto escondido na toalha, o pranto de Guga era de orgulho. Da sensação do dever cumprido. De quem fez mais do que o esperado, num esporte em que se depende apenas de si. Que para chegar à glória é preciso ter uma semana impecável.

O maior tenista brasileiro de todos os tempos despede-se das quadras, tendo sido o número um do mundo, conquistado 23 títulos e batido todos os grandes jogadores de sua época. Guga aposenta-se e deixa de ser atleta para virar história.

Valeu, Guga!


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