quinta-feira, 17 de junho de 2010

Seleção do dia: seleção da primeira rodada

Eneyama (Nigéria)

Lahm (Alemanha)
Demerits (Estados Unidos)
Grithiting (Suíça)
Heinze (Argentina)

Khodira (Alemanha)
Inler (Suíça)
Gelson Fernandez (Suíça)
Ozil (Alemanha)
Park (Coréia do Sul)

Messi (Argentina)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A arte de defender

Duas propostas antagônicas de futebol se apresentaram na África do Sul nesta quarta-feira. De um lado o toque de bola da Espanha. Do outro o jogo fechado, em busca de um empate ou uma vitória magra, da Suíça. Quem defendeu mais do que atacou atingiu o sue objetivo, vencendo por 1 a 0, uma goleada.

Essa foi a 27ª partida dos suíços em Copas e somente a nona vitória. Nas suas 13 participações, o time dos Alpes sofreu 51 gols, provando que a tática defensiva poucas vezes atingiu seu resultado. A Suíça alcançou a quarta partida seguida em Mundiais sem ver a bola balançar a sua rede. Na Alemanha, há quatro anos, foi eliminada sem ter sido vazada.

Terra dos crepes, de relógios, queijos e do ferrolho, o a seleção passou a adotar essa formatação após a derrota por 2 a 0 para a Hungria, na Copa de 1938. O técnico Karl Rappan entendeu que a melhor forma de se equiparar diante de equipes mais qualificadas seria se fechar e tentar decidir o jogo em um ou dois lances. Mais de 70 anos depois, a Suíça, utilizando essa estratégia atinge o seu resultado mais expressivo ao derrotar a Espanha. Uma vitória da disciplina tática, da pressão sobre a bola e do aproveitamento das chances.

Aos espanhóis não há motivos para desespero. O time segue dependem apenas de seus resultados para se classificar. As idéias não podem ser jogadas fora por causa de um resultado. A preocupação deve estar na mente dos jogadores, seja pela falta de humildade na estreia ou por um abatimento excessivo. Não pode-se criar uma “síndrome de Copa” no elenco.

A Fúria pressionou, colocou o adversário nas cordas, mas abriu a guarda. Mesmo tendo perdido, a equipe de Vicente del Bosque atuou melhor que muitos vencedores em sua primeira partida da Copa. A derrota espanhola é boa para o Brasil, diminuindo a pressão sobre Dunga, pois os três pontos saírem mesmo sem um bom futebol. O resultado espanhol pode ser ruim para o Brasil, aumentando as possibilidades de ter a Fúria como adversária nas oitavas de final.

Seleção do dia: os trava-línguas

A seleção de hoje contém 11 nomes que fazem qualquer narrador se enrolar durante a transmissão.

Souleymanou (Camarões)
Letsholonyane (África Do Sul)
Odemwingie (Nigéria)
Patsatzoglou (Grécia)
Radosavljevic (Eslovênia)
Ljubijanki (Eslovênia)
Rukavytsya (Austrália)
Van Bronckhorst (Holanda)
Jendrisek (Eslováquia)
Lichtsteiner (Suíça)
Salpingidis (Grécia)

Musica da Copa: Espanha 2006

terça-feira, 15 de junho de 2010

Um velho problema italiano

As costas de Buffon gritaram. As dores podem lhe tirar da Copa do Mundo. Após ser substituído no intervalo do jogo contra o Paraguai por um problema no nervo ciático, não há previsão de volta para o goleiro italiano. O problema na região não é novo. A temporada foi repleta de vai-e-vem entre a titularidade da Juventus e a enfermaria do clube. Enquanto Gigi se recupera, a posição será de Marchetti, 27 anos, e menos de dez partidas pela Azzurra.


A opção de Marcelo Lippi por Marchetti chega a surpreender. De bom desempenho nas duas últimas temporadas, o goleiro do Cagliari é um nome emergente no futebol italiano. A tendência seria a escolha por De Sanctis, atualmente o terceiro goleiro. Mas as tendências não tem sido obedecidas pelo treinador, que deixou Totti e Cassano, por exemplo, de fora da Copa.

De Sanctis é eternamente um vice-Buffon, desde as seleções de base. O arqueiro do Napoli é mais rodado, parecendo um pouco mais preparado para a situação.

O problema no gol foi uma constante durante um determinado período na seleção italiana. Nas Copas de 94 e 98, o titular Peruzzi se lesionou pouco antes do início do torneio, cedendo a titularidade para Pagliuca. Durante a competição nos Estados Unidos, um agravante com Pagliuca sendo expulso. Marchegiani assumiu a posição, fazendo duas de suas nove aparições pela seleção em um Mundial. Dentre os 22 convocados naquele ano, somente o terceiro goleiro, Bucci, não foi utilizado por Arrigo Sacchi.

Antes da Eurocopa de 2000, a vítima foi Buffon. Então defendendo o Parma, ele fraturou a mão, não disputando a competição. Toldo supriu com excelência sua ausência. Na semifinal contra a Holanda, ele defendeu três pênaltis, um no tempo normal e dois na decisão dos tiros dos 11 metros.

Depois de Pagliuca e Toldo terem ido bem, chegou a vez de Marchetti.

Igual aos outros


O Brasil, por todo o seu histórico, é um competidor único em Copas do Mundo. Tudo que envolve o país no torneio parece ser singular. Nesta edição, porém, o Brasil foi igual aos outros. O time de Dunga apresentou um futebol pouco empolgante em sua estreia, como a maioria das seleções. A vitória por 2 a 1 sobre a Coréia do Norte foi uma repetição das partidas anteriores à Copa, fazendo dos brasileiros, por enquanto, mais um time forte no Mundial, apesar de seus problemas.

A retranca coreana era esperada. Foram cinco jogadores mais recuados com três à frente deles, um “pseudo” armador e um atacante. O posicionamento fechou bem os espaços. Durante 45 minutos, a Seleção Brasileira não teve soluções. Nem pingo do famoso “joga bonito”.

O técnico brasileiro se encurralou nas próprias decisões na hora de convocar. Pouco há para mudar com quem vem do banco. O Brasil precisou de um gol tão mágico de Maicon, chutando quase sem ângulo, quanto aquele de Josimar, em 86, para aliviar.

Sem criatividade, a saída foi a velocidade. A alteração que permitiu dois gols no segundo tempo foi no ritmo de jogo. Mais ágil, o Brasil chegou aos gols em jogadas velozes.

A postura do adversário não pode justificar a falta de criatividade e de profundidade ofensiva brasileira. Raras serão as seleções que atacaram medindo forças com o Brasil. É preciso apresentar soluções, dando maior fluxo de passe na saída de bola. No momento, elas parecem tão escondidas quanto o treino de Dunga.

A Costa do Marfim, próxima adversária, se fecha de maneira agressiva, alinhando quatro jogadores na linha de meio-campo, obrigando aos lances de bola longa e esperando um passe errado para imprimir um contra-ataque veloz. Diferente da marcação passiva dos asiáticos apresentada no Elis Park.

O gol coreano, por desatenção brasileira, no minuto final de jogo pouco preocuparia, pois a partida estava definida, não fosse o adversário o 105º no ranking da Fifa.

Dizem que o “se” não entra em campo. Nesta terça-feira, ele entrou. Era Tae Se, atacante norte coreano. Considerado o Rooney asiático, ele chorou durante o hino, atuou isolado no ataque e mesmo assim conseguiu levar perigo. Finalmente o Se entrou em campo.

Seleção do dia: craques brasileiros que não disputaram Copa

No memso esquema do post de onte, não há preocupação com posições, apenas um goleiro, Raul, e dez jogadores de linha.

Raul
Ademir da Guia
Evaristo de Macedo
Dirceu Lopes
Tesourinha
Djalminha
Neto
Alex
Canhoneiro
Heleno de Freitas
Quarentinha

O 15 de junho na história das Copas

Copa 1958
Tchecoslováquia 6 x 1 Argentina (fase de grupos) – Essa foi a maior derrota sofrida pelos argentinos em Mundiais. Devido a má atuação na Copa, a seleção foi recebida em Buenos Aires por uma multidão munida de pedras e moedas para serem atiradas nos jogadores.
Alemanha 2 x 2 Irlanda do Norte (fase de grupos)
Paraguai 3 x 3 Iugoslávia (fase de grupos)
França 2 x 1 Escócia (fase de grupos)
Suécia 0 x 0 País de Gales (fase de grupos)3
Hungria 4 x 0 México (fase de grupos)
Brasil 2 x 0 União Soviética – A partida marcou a estreia de Garrincha e Pelé em Copas do Mundo.

Inglaterra 2 x 2 Áustria (fase de grupos)

Copa 1974
Suécia 0 x 0 Bulgária (fase de grupos)
Uruguai 0 x 2 Holanda (fase de grupos)
Itália 3 x 1 Haiti (fase de grupos) – Estreia dos haitianos em Copas. Em três jogos na México, eles sofreram 14 gols. Além de muitos gols sofridos, o jogador Ernest Jean foi o primeiro jogador flagrado em exame anti-doping.
Polônia 3 x 2 Argentina (fase de grupos)

Copa 1982
Peru 0 x 0 Camarões (fase de grupos) – Primeiro jogo dos camaroneses em Mundiais.
Hungria 10 x 1 El Salvador (fase de grupos) – Maior goleada da história das Copas. Laslo Kiss se tornou o primeiro jogador a marcar três gols saindo do banco de reservas.

Escócia 5 x 2 Nova Zelândia (fase de grupos) – No dia que marcou seu primeiro ponto em Copas, a Nova Zelândia celebrou 28 anos de sua estreia.

Copa 1986
México 2 x 0 Bulgária (oitavas de final)
União Soviética 3 x 4 Bélgica (oitavas de final) – O jogo terminou empatado por 2 a 2 no tempo normal, com os belgas vencendo a prorrogação por 2 a 1.


Copa 1990
Áustria 0 x 1 Tchecoslováquia (fase de grupos)
Alemanha 5 x 1 Emirados Árabes

Copa 1998
Alemanha 2 x 0 Estados Unidos
Romênia 1 x 0 Colômbia
Inglaterra 2 x 0 Tunísia – Estreia de Michael Owen em Copas. Aos 18 anos, ele se tornou o mais jovem a atuar em Mundiais pela Inglaterra.

Copa 2002
Alemanha 1 x 0 Paraguai (oitavas de final)
Dinamarca 0 x 3 Inglaterra (oitavas de final)

Copa 2006
Equador 3 x 0 Costa Rica
Inglaterra 2 x 0 Trinidad e Tobago - Estreia de Trinid e Tobago em Copas. O país junto com Canadá, Índias Holandesas, China, Grécia e Zaire que nunca marcaram um golzinho sequer em Copas.

Suécia 1 x o Paraguai.

A Copa em música (4) - Brasil 1986

Em 1986 o tema brasileiro para a Copa do México foi interpretado pelos próprios jogadores.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Itália prova de sua estratégia

A Itália foi a Itália. O Paraguai jogou como Itália, assim justificando o empate por 1 a 1, com gols em bolas paradas. Seu estilo de jogo prejudica os italianos nas primeiras fases, por isso os resultados, geralmente, não agradam e o time parece crescer nos confrontos decisivos. Diante de adversários de menor tradição a azzurra precisa atacar por vontade própria, fugindo de suas características de uma defesa sólida e um bom contra-ataque.

Sem um diferencial - A diferença desse ano para os outros é a falta de um jogador capaz de decidir sozinho, como um Totti, um Del Piero ou um Baggio. A convocação de Marcelo Lippi é recheada de jogadores comuns. Assim, Lippi faz Marchisio atuar fora de posição, deixa Iaquinta distante da área e o artilheiro do Italiano, Di Natale, no banco.

Contra um Paraguai louco pelo 0 a 0, a Itália mostrou ter pouca solução. Salvou-se na bola parada, graças ao erro do goleiro Villar ao sair da meta. Os sul-americanos serão assim, atuarão de maneira heróica até serem eliminados. A Itália sofrerá jogo a jogo. Se conseguir enfrentar alguma grande seleção estará mais confortável, deixando o adversário jogar e explorando os contra-ataques.

Estreia discreta - A Holanda não foi avassaladora. Foi discreta, encontrando dificuldades contra uma fechada Dinamarca, no 2 a 0 desta segunda-feira. Jogando muito em cima de Sneijider, os holandeses centralizaram de mais o jogo. Seus companheiros de setor ofensivo não se movimentaram abrindo espaço para suas entradas no lado oposto da bola, dificultando a fluência do jogo.

O problema pode ser solucionado assim que Robbentiver condições de entrar em campo. Ele irá alargar o campo e dar opção pela ponta. Sua ausência foi sentida. Quando Elia, dono de características similares, entrou, a situação melhorou, resultando no segundo gol na vitória por 2 a 0.

Sem seu principal jogador, Tomasson, lesionado, a Dinamarca tratou de se defender, mostrou eficiência atrás, apesar de ter sofrido dois gols, o primeiro contra de Simon Poulsen. Com Tomasson atuando, segurando a bola nas proximidades da área, os dinamarqueses poderão ser mais compactos, dando tempo para a chegada dos meias.

A vez do asiáticos? - Por muito tempo se apostou nos africanos, mas até o momento, os asiáticos mostraram uma maior evolução. A Coréia do Sul bateu a Grécia e agora o Japão superou Camarões por 1 a 0. O africano Eto´o foi bem neutralizado como o restante dos Leões, que não parecem mais serem indomáveis. A pontaria japonesa fez a diferença, todos os arremates foram no gol, até que o de Honda entrou. Hoje, em geral, os asiáticos se mostram melhor preparados que os africanos na Copa, mas ainda há a Costa do Marfim para jogar.

Seleção do dia: craques estrangeiros que não disputaram Copas

Desta vez a seleção não será um time propriamente dito, foram selecionados um goleiro, Grobbelaar, e dez jogadores de linha que nunca disputaram uma Copa do mundo sem preocupação com a posição de cada um.

Grobbelaar – Titular por 14 anos do gol do Liverpool, Grobbelaar nasceu na África do Sul, mas defendeu a seleção do Zimbábue em 32 partidas.

Kubala – Atuou por três seleções diferentes, Tchecoslováquia, Hungria e Espanha, sempre sem conseguir a classificação. Em 1962, ficou de fora da convocação espanhola por lesão.

George Weah – Eleito o melhor do mundo em 1995, a companhia na seleção da Líbia e a guerra vigente no país o fizeram nunca ter ido à Copa do Mundo apesar do seu talento.

Abedi Pelé – Eleito três vezes o melhor jogador africano, Pelé foi o maior expoente do continente no início dos anos 90, mas em cinco tentativas nunca conseguiu a classificação.

Duncan Edwards – Considerado o mais habilidoso jogador inglês de sua geração, Edwards morreu aos 21 anos, em acidente envolvendo a delegação do Manchester United, em 1958.

Valentino Mazzola – Surgiu para o futebol na década de 40, quando não houve disputa de Mundiais. Em 1949, o italiano morreu no acidente aéreo que vitimou toda a delegação do Torino, quando o avião que trazia a delegação se chocou contra a basílica de Superga.

Litmanen – Meia finlandês de toque refinado se destacou no Ajax da década de 90.

George Best – O temperamental atacante deu o azar de ter nascido na Irlanda do Norte. Chegou perto de passar pelas Eliminatórias em 74 e 78. Quando seu país disputou o torneio em 1982, ele não defendia mais a sua seleção.

Ryan Gigs – Nascido no País de Gales, Gigs quase foi à Copa em 1994, quando sua seleção perdeu a classificação para a Romênia.

Eric Cantona – O irreverente atacante francês se destacou quando a seleção país passou por um hiato técnico, ficando de fora dos Mundiais de 90 e 94.

Di Stéfano – Um dos maiores nomes da história do futebol esteve no lugar errado e na hora errada. Quando defendia a Argentina, os hermanos não foram à Copa. O mesmo ocorreu quando passou a atuar pela a Espanha, em 1958.

o 14 de junho na história das Copas

Copa 1938
Brasil 2 x 1 Tchecoslováquia (jogo desempate das quartas de final) – Dois dias depois d empatarem por 1 a 1, os dois times voltaram a se enfrentar. O Brasil mudou nove jogadores e com um time mais descanso venceu de virada com gols de Leônidas e Roberto, Kopeky marcou para os tchecos.

Copa 1970
Brasil 4 x 2 Peru (quartas de final)

Alemanha 3 x 2 Inglaterra (quartas de final) – Após 2 a 2 no tempo normal, os alemães desempatara na prorrogação com Muller. Onze jogadores da final de 1966 estavam em campo. A principal ausência era o goleiro Banks, acometido de problemas intestinais.
Itália 4 x 1 México (quartas de final)- Os dois times chegaram até as quartas sem terem sofrido gols na Copa.
Uruguai 1 x 0 União Soviética (quartas de final)

Copa 1974
Alemanha Ocidental 1 x 0 Chile (fase de grupos)
Alemanha Oriental 2 x 0 Austrália (fase de grupos)
Zaire 0 x 2 Escócia (fase de grupos)

Copa 1978
Alemanha 0 x 0 Itália (segunda fase de grupos)
Holanda 5 x 1 Áustria (segunda fase de grupos)
Brasil 3 x 0 Peru (segunda fase de grupos)
Argentina 2 x 0 Polônia (segunda fase de grupos)

Copa 1982
Itália 0 x 0 Polônia (fase de grupos)
Brasil 2 x 1 União Soviética (fase de grupos)


Copa 1990
Itália 1 x 0 Estados Unidos (fase de grupos)
Camarões 2 x 1 Romênia (fase de grupos) – Estreia do romeno Hagi em Copas. Ao todo o cerebral meia disputou em Mundiais, entrando em campo em 12 partidas e ,marcando três gols.
Iugoslávia 1 x 0 Colômbia (fase de grupos)

Copa 1998
Iugoslávia 1 x o Irã (fase de grupos)
Jamaica 1 x 3 Croácia (fase de grupos) – Primeiro jogo das duas seleções em Copas.

Argentina 1 x 0 Japão (fase de grupos) – Primeira partida dos japoneses em Mundiais.

Copa 2002
Portugal 0 x 1 Coréia do Sul (fase de grupos)
Polônia 3 x 1 Estados Unidos (fase de grupos)
Tunísia 0 x 2 Japão (fase de grupos)
Bélgica 3 x 2 Rússia (fase de grupos)

Copa 2006
Alemanha 1 x 0 Polônia (fase de grupos)
Espanha 4 x 0 Ucrânia (fase de grupos)

Tunísia 2 x 2 Arábia Saudita (fase de grupos)

A Copa em Música (3) - Itália 94

domingo, 13 de junho de 2010

A Copa em música (2)

Como país independente, a Sérvia estréia em Copas neste domingo. Como Iugoslávia foram nove participações e uma como Sérvia e Montenegro. No tênis, o país está em evidência tendo dito três tenistas, duas mulheres e um homem, no topo do ranking nos últimos anos.

A seção não traz hoje uma música de Copa, mas, sim, duas grandes performances musicais de sérvios, os tenistas Novak Djokovic e a bela Ana Ivanovic.



sábado, 12 de junho de 2010

Felipe Melo, a questão

A mesma truculência apresentada em campo é repetida nas entrevistas coletivas. De um achado de Dunga, Felipe Melo transformou-se em uma preocupação, um jogador contestado. Na sua última temporada, atuando pela Juventus, se viu o volante, adquirido por 25 milhões de euros, regredir no seu futebol. As criticadas atuações estão se repetindo nos últimos jogos pela seleção. Sua paciência com a falta de elogios esgotou-se.

Felipe abusa no número de faltas cometidas, nos passes errados, além de ter reduzido as roubadas de bola. Um reflexo dos seus últimos 12 meses. As perguntas endereçadas a ele são rebatidas com a mesma dureza que o fez levar 29 cartões - 25 amarelos e quatro vermelhos – nos seus dois últimos anos.

Em sua defesa se apresenta o fato de nunca ter perdido com a camisa do Brasil. Sua posição é vital no esquema de Dunga, ele precisa fechar os espaços atrás, cobrindo laterais e zagueiros, e ser a ligação na saída de bola com os meias. Seu discurso é uma réplica do deus eu comandante. O treinador nutre carinho espacial pelo jogador, que atua na mesma posição de sua época de atleta, uma aposta alta do gaúcho para a Copa do Mundo.

No gol, o assunto da Copa

Inglaterra e Argentina, duas das principais seleções, se fardaram pela primeira vez para entrar em campo neste sábado. Como o dia inaugural havia mostrado, todos ainda possuem espaço para evoluir, distanciando qualquer tipo de avaliação definitiva. Os goleiros foram a principal pauta de hoje. Para o bem e para o mau.

A diferença em uma posição – Das 11 posições do futebol, o goleiro é a mais importante. Sem ele, diz a regra, o jogo não inicia. E logo ali, no começo da escalação, a diferença do jogo entre Inglaterra e Estados Unidos se apresentou. Se o americano Howard fechou os ângulos em grande atuação, o inglês Green levou um frango, deixando o vermelho de vergonha, definindo o 1 a 1.

O gol é o ponto fraco da Inglaterra desde aposentadoria de Seaman, mesmo que esse não fosse, também, dos mais confiáveis, mas reinou na posição por uma mais de década. A falha clamorosa de Green, no fim do primeiro tempo, foi crucial. Arrefeceu o ímpeto do English Team. O gol aos 4 minutos de jogo do time de Fábio Capello não foi suficiente para os europeus terem o domínio das ações. Sem o volante Barry, lesionado, a defesa ficou um tanto quanto desprotegida, devido aos constantes avanços de Gerrard e Lampard. Diante de um ataque fisicamente forte, a bola aérea foi outro problema.

Quanto aos americanos, mostrarem se ruma seleção daquelas que podem dificultar para as maiores em jogos decisivos, em um esquema rígido, protegendo bem a defesa e explorando as jogadas com Dempsey, Donovan e Altidore.

O tempo muda as características – Há 16 anos, quando Maradona atuou em sua última Copa como jogador e a Nigéria participou pela primeira fez da competição, tudo era diferente. Os africanos eram rápidos e insinuantes e a defesa, principalmente o goleiro Rufai, era o maior problema. O resultado em 1994 foi 2 a 1 para os hermanos. O tempo inverteu a situação para os nigerianos, o camisa 1 Enyema foi exuberante, apesar da derrota por 1 a 0, tendo a melhor atuação individual da Copa até o momento.

No duelo com Messi, o arqueiro levou a melhor. O jogador do Barcelona atuou na seleção como atua em seu clube, driblando da direita para a esquerda e chutando ao gol. Tevez um pouco mais recuado esteve infernal. Das principais seleções a da Argentina apresentou o futebol mais envolvente, mais ofensivo, apesar de ter vazado o adversário somente uma vez. Higuian, como centroavante, se mostrou abaixo dos companheiros de ataque, podendo ceder lugar para Milito na próxima rodada.

A defesa apresentou falhas, os laterais, em muitas oportunidades, sobem ao mesmo tempo, Verón e Mascherano, não tem como característica fazer a cobertura, expondo a dupla de zagueiros. A Nigéria não somou pontos pela falta de habilidade de seus homens de frente, demorando a dar o último passe, e a fraca pontaria nos chutes de longe, em nove arremates, somente um foi no gol.

360 e contando – A história da Grécia em Copas se resume a quatro jogos. Quatro partidas sem marcar gols. Os gregos chegaram neste sábado a 360 minutos sem ir as redes me Mundiais ao serem derrotados por 2 a 0 para a Coréia do Sul. O jogo foi do nível de duas seleções que não irão longe.

Os coreanos mostram futebol rápido, mas embolado. Os gols vieram de bola parada e em um erro na saída de jogo dos adversários. De criação, muito poucos. Se a população grega esperava um pouco de alegria para superar a grave crise financeira atravessada no país ao será com o futebol, talvez com a seleção de basquete no mundial, em agosto. Em campo, um time pesado, fincado no chão e sem um instante de criatividade.

Sdeleção do dia: os ausentes por opção

Victor (Grêmio)
Zanetti (Argentina)
Alex (Brasil)
Méxes (França)
Santon (Itália)
Cambiasso (Argentina)
Viera (França)
Seedorf (Holanda)
Totti (Itália)
Ronaldinho Gaúcho (Brasil)
Benzema (França)

0 12 de junho da história das Copas

Copa 1938
Brasil 1 x 1 Tchecoslováquia (quartas de final) – O empate provocou a realização de uma partida extra.
Hungria 2 x 0 Suíça (quartas de final) – Após a derrota, o técnico suíço Karl Rappan ficou convencido que para vencer seleções mais fortes que a sua seria preciso uma nova estratégia, iniciando a criação do ferrolho suíço.
Suécia 8 x 0 Cuba (quartas de final)
Itália 3 x 1 França (quartas de final) – Aproveitando o azul francês, os italianos vestiram-se de preto, a cor do fascismo, na partida que teve o maior público da terceira Copa do Mundo.

Copa 1958
Suécia 2 x 1 Hungria (primeira fase)

Copa 1986
Irlanda do Norte 0 x 3 Brasil (fase de grupos)

Argélia 0 x 3 Espanha (fase de grupos)

Copa 1990
Bélgica 2 x 0 Coréia do Sul (fase de grupos)
Holanda 1 x 1 Egito (fase de grupos) - Após 56 anos o Egito voltou a disputar um Mundial.

Copa 1998
Arábia Saudita 0 x 1 Dinamarca (fase de grupos) – O confronto marcou a centésima partida de Peter Schmeichel pela seleção dinamarquesa.


França 3 x 0 África do Sul (fase de grupos) – Estreia dos sul-africanos em Copas.
Paraguai 0 x 0 Bulgária (fase de grupos)

Copa 2002
África do Sul 2 x 3 Espanha (fase de grupos)
Eslovênia 1 x 3 Paraguai (fase de grupos)


Copa 2006
Itália 2 x 0 Gana (fase de grupos)
Estados Unidos 0 x 3 República Tcheca (fase de grupos)
Austrália 3 x 1 Japão (fase de grupos)

A Copa em música

A Copa do Mundo sempre teve na música uma grande parceira. Geralmente antes do Mundial são lançadas canções para apoiar os países que vão disputar o torneio. No Brasil foi uma tradição, mas esquecida nas últimas edições.

Essa seção diária irá mostrar um pouco das músicas que emblaram os sonhos de muitos torcedores em busca do título mais importante do futebol durante os anos.

A série começa com a Inglaterra. Os ingleses fazem sua estreia neste sábado diante dos Estados Unidos. A campanha da Copa de 90, na Itália, foi embalada ao som do New Order. Naquele ano, o English Team caiu na semifinal, perdendo nos pênaltis para a campeã Alemanha, com um time que tinha Shilton, Gascoine e Liniker como principais destaques.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Empate e mais empate

As
vuvuzelas soaram, a Jabulani rolou, mas sem empolgar. O primeiro dia da Copa do Mundo foi mais de ausências do que presenças. A principal delas a de Nélson Mandela. Responsável pela evolução política e social da África do Sul nas últimas décadas e apoiador incondicional da realização do Mundial no país viveu uma tragédia familiar horas antes da abertura, quando uma de suas bisnetas morreu em acidente de carro. A figura mais emblemática da sede do torneio deixou um vazio na cerimônia de abertura.

O buraco pela ausência de Mandela não foi preenchido, ficando um pouco maior com um futebol acanhado apresentado pelos componentes do Grupo A. A falta de jogos de maior qualidade é normal no primeiro dia. Estreia são nervosas e em uma chave parelha, não perder satisfez a todos.

O quase dos anfitriões – Os Bafana Bafana viram a chance de vencer na abertura do torneio. Faltou segurar dez minutos a mais diante do México, mas o empate por 1 a 1 não pode ser lamentado. Carlos Alberto Parreira, em sua sexta Copa como técnico, segue sem vencer quando não comanda o Brasil. Dirigindo uma seleção limitada tecnicamente, o brasileiro precisa apostar nas jogadas longas e na bola parada. Foi da primeira forma que marcou seu gol, em chute no ângulo de Tchabalala, mostrando o quão alto pode soar uma vuvuzela.

Em relação às expectativas criadas, o México não foi o que se esperava. Para um time baixo – somente dois jogadores têm mais de 1,80m –, os mexicanos mostraram-se lentos tanto em termos de velocidade, quanto na troca de passes. Apesar dos dois laterais atuarem bem avançados, eles jogavam muito por dentro, longe da linha lateral, tirando espaço para o desenvolvimento das jogadas.

Sem gol e sem graça – Um confronto de campeãs do mundo, um futebol de dar pouca esperança de uma nova conquista para França e Uruguai, após o 0 x 0. Os franceses só se interessaram pela vitória nos minutos finais, quando os adversários ficaram com um a menos. Pouco ambiciosos, os europeus não espetaram Ribery e Govou para eliminar a sobra dos três zagueiros sul-americanos, ficando mais preocupados na marcação dos alas do oponente e mais distantes do gol.

Ao Uruguai, de bons atacantes e zagueiros eficientes, resta esperar um erro dos adversários. Sem criatividade no meio-campo, a celeste terá de fazer força para fazer gol. Os melhores lances ocorreram quando Forlan conseguiu espaço entre o zagueiro e o lateral francês. Seu recuo para o meio somado ao ingresso na frente de Cavani pode aumentar a qualidade do time, destravando a chegada da bola ao ataque.

Banco para Henry - Chega a ser constrangedor ver Henry entre os reservas. Mesmo não sendo o mesmo atacante do início do século, vendo os gols ficarem cada vez mais escassos a cada ano - foram só quatro na última temporada -, ele é Henry, um jogador que pela sua história ainda preocupa as defesas. Podendo atuar como centro-avante ou pelo lado, o campeão mundial de 1998 dará maior mobilidade ao setor, além de uma maior variação de posicionamento.

Seleção do dia: os ausentes por lesão

1- Adler (Alemanha)
2- Bosingwa (Portugal)
3- Ferdinand (Inglaterra)
4- Hwak Tae Hai (Coréia do Sul)
6- Spycher (Suíça)
5- Mikel (Nigéria)
8- Essien (Gana)
10- Ballack (Alemanha)
7- Beckham (Inglaterra)
11- Nani (Portugal)
9- Owen (Inglaterra)

O 11 de junho na história das Copas

Copa 1958
Argentina 3 x 1 Irlanda do Norte
Alemanha 2 x 2 Tchecoslováquia
Iugoslávia 3 x 2 França
Paraguai 3 x 2 Escócia – O escocês Collins marcou o segundo gol de seu pai, o de número 500 na história dos Mundiais.
México 1 x 1 País de Gales – Na décima partida dos mexicanos na história das Copas, eles marcaram seu primeiro ponto nesse jogo.
União Soviética 2 x 0 Áustria
Brasil 0 x 0 Inglaterra – Primeiro jogo sem gol da história das Copas.

Copa 1970
México 1 x 0 Bélgica
Itália 0 x 0 Israel
Inglaterra 1 x 0 Tchecoslováquia

Copa 1978
Brasil 1 x 0 Áustria

Espanha 1 x 0 Suécia
Escócia 3 x 2 Holanda – O holandês Resenbrink, de pênalti, marcou o gol de número mil em Copas.
Peru 4 x 1 Irã

Copa 1986
Paraguai 2 x 2 Bélgica – O técnico paraguaio Caytano Ré se tornou o primeiro treinador a ser excluído do jogo pelo árbitro.
Inglaterra 3 x 0 Polônia


Copa 1990
Costa Rica 1 x 0 Escócia
Inglaterra 1 x 1 Irlanda – Primeira e única vez que os ingleses enfrentaram outra seleção britânica em Mundiais.

Copa 1998
Camarões 1 x 1 Áustria
Itália 2 x 2 Chile – Após desperdiçar o pênalti decisivo na decisão de 1994, Roberto Baggio retornou a marca da cal, aos 40 do segundo tempo, convertendo a cobrança e empatando o jogo.

Copa 2002
Dinamarca 2 x 0 França – Jogo eliminou os francês da Copa. Pela primeira vez a seleção que defendia o título não passou da primeira fase. A França sequer conseguiu ir às redes nesta Copa.

Senegal 3 x 3 Uruguai
Camarões 0 x 2 Alemanha
Arábia Saudita 0 x 3 Irlanda

A Copa da África e da Jabulani

A bola de futebol sempre foi redonda. Em 1970, pela primeira vez, a Copa do Mundo teve uma personalizada. Fabricada com 32 gomos hexagonais, a Telstar era a mais redonda já criada. Em 2010, a décima primeira edição da bola do Mundial, mais uma revolução do principal objetivo em campo. Quarenta anos depois, surge a Jabulani ainda mais redonda. A mais redonda da história graças aos seus oito gomos tridimensionais soldados. É o fenômeno do arredondamento. Seu nome significa “celebrar” no idioma zulu.


Há quatro décadas a bola é uma atração do torneio, uma espécie de mascote de cada edição. E mesmo sempre sendo redonda, sempre é nova, diferente e, agora, mais redonda. Assim como cada edição da Copa, a “gorduchinha” se renova. A Jabulani é quase um carro de Fórmula-1 tamanho a tecnologia desenvolvida e os dólares faros em a sua criação. Mesmo assim ela não agradou a todos. Mas se nem a Copa do Mundo agrada a todos, uma redonda bola multicolorida não poderia atingir o status de unanimidade.


Enquanto a bola esteve longe de rolar de maneira oficial, ela se tornou assunto. Na briga das marcas esportivas, o principal item de desejo, depois da taça de campeão, dos 736 homens inscritos para a Copa da África do Sul foi escorraçada por uns e defendida por outros, em uma guerra mais econômica do que futebolística.


O dinheiro que rola pelos campos chegou com a principal competição do futebol no continente mais pobre. Em meio a miséria das nações africanas, o dono da bola não é mais garantia de nada. Sorte da velha África, pois a milionária briga das fabricantes massificou a produção de tudo que envolve o esporte.


Antigamente possuir uma bola era tão raro que o seu dono tinha lugar cativo no time. Mas se qualquer um pode tê-la, o futebol muda. O esporte chega a mais pessoas, aumentando a sua já imensa popularidade. Mas acima de tudo diminuindo a diferença, dificultando a vida de quem tem de apontar um favorito para comemorar o título em 11 de junho, mesmo que na terra dos leões, ser zebra não seja um bom negócio.

Críticas, elogios, indiferenças, nada impedirá a Jabulani de rolar na África do Sul. Quando ela começar a passar de pé em pé, estufar as redes, sua composição sem costuras, menos resistente ao ar, tudo isso perderá importância.

Se a bola é nova, a Copa é inédita. Um Mundial que descobrirá um novo mundo, uma realidade distante para o mundinho do futebol. Uma competição com os mistérios de sempre dentro de campo, mas com um ambiente novo a ser descoberto fora dele. Serão dias de gols, de vuvuzelas e muita emoção.

Vamos Jabulani. Vamos celebrar mais uma Copa do Mundo.

* Durante a Copa do Mundo, o blog volta com força trazendo análise, opinião e informação., em posts e sessões diárias.