segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sessenta anos de uma tragédia que devastou um clube

A vida do Torino nas últimas décadas é um io-io. O clube vive um sobe e desce entre a Primeira e a Segunda divisões do Campeonato Italiano – foram oito trocas de séries nos últimos 21 torneios. Nesta temporada, a equipe granata tenta com todas suas forças , pela enésima vez, evitar um retrocesso no seu status. O destino fez com que o os torinenses não se tornassem grandes. Eles estiveram a um passo disso.

Se o time da década de 40 tivesse existido em uma época de torneios internacionais, certamente, o Torino teria um espaço maior na história do futebol. Teríamos o Ajax de Cruyff, o Santos de Pelé, o Milan dos holandeses, a Juventus de Trapattoni, entre outros, e o Torino de Mazzola. Mas não foi assim. No meio do caminho havia a Basílica de Superga.

Nesta segunda-feira, 4 de maio, os torcedores do Torino irão à Basillica reverenciar seus ídolos, em homenagem aos 60 anos de uma das maiores tragédias esportivas do século passado. O avião que transportava a delegação do Toro após um amistoso em Lisboa chocou-se contra a Basília, ninguém sobreviveu. Ao todo 31 mortos. Aquela equipe era tetracampeã italiana. Um timaço. Dos 11 titulares da seleção italiana, dez atuavam com a cor grená. Ali se esborrachava o sonho da Itália no Mundial de 50 e, talvez, uma potência do futebol.

Talvez no semblante da torcida, neste dia, mais do que a homenagem ao grande time de a história do clube do coração, carregue a tristeza de uma hegemonia forçosamente interrompida. Depois daquele dia nada mais foi igual.

Após aquele fatídico domingo, o Torino chegou a conquistar o Campeonato Italiano em 76 e por três vezes a Copa Itália. É pouco. Poderia ter sido muito mais. O clube acabou vendo Inter, Juventus e Milan tomarem um lugar que podia ser seu.

Para refletir

Quando a tragédia ocorreu, faltavam quatro rodadas para o fim do campeonato daquela temporada (48/49). Assim que o acidente foi noticiado, o Torino foi proclamado campeão. Sem um jogador sequer no elenco, o clube levou a campo seu time juvenil nos últimos jogos. Em respeito e em homenagem, os adversários fizeram o mesmo. Se um fato desta grandeza ocorresse nos dias de hoje, tal grau de cavalheirismo seria possível?

Abaixo imagens captadas no dia seguinte ao acidente.