quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Clássico incomum

Grenal com quatro gols não é tão comum de se ver, mas foi o que ocorreu na noite desta quinta-feira, no Olímpico. Grêmio e Inter empataram por 2 a 2 e os colorados avançaram de fase na Copa Sul-Americana.

A partida serviu para mostrar o atual estágio dos dois times. Mesmo sem os titulares, a equipe gremista é bem organizada e mantém um padrão de jogo. É a chamada “Rothina”. Pelo lado vermelho, Tite ainda não encontrou o melhor caminho as ser seguido táticamente.

Não é normal no clássico, um clube sair em vantagem por dois gols e deixar o adversário empatar. Porém, assim foi. O Inter fez 2 a 0 no começo do segundo tempo e o Tricolor buscou.

A vantagem aberta pelos visitantes, não refletia o que ocorria em campo. O Grêmio sempre comandou as ações. Tinha a posse de bola. Orteman estreou bem e Souza esteve demais.

Apesar disso, os lances de perigo ocorriam através de pés colorados. Taison criava boas oportunidades quando Amaral, que o marcou individualmente, falhava. Nilmar, entre uma especulação e outra sobre sua saída, desperdiçava duas chances. Na terceira, num toque de classe abriu o placar. Na seqüência, Daniel Carvalho, no seu primeiro toque na bola, cruzou para Índio balançar a rede de Grohe.

Tite recuou seu time, que seguia sem ter a posse da bola. Roth deixou o Grêmio ofensivo. Deu certo. Perea descontou. Soares igualou. Os instantes finais foram de sufoco e de boa atuação do questionado Clemer.

No fim, é difícil ocorrer, mas o resultado agradou aos dois clubes. O Inter ainda pode salvar o seu ano com o título da Sul-Americana. O Grêmio livrou-se de um estorvo e com sua equipe reserva conseguiu dois placares iguais diante do maior rival que atuou com os titulares.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Novo desafio

José Roberto Guimarães é bi-campeão olímpico de vôlei. Venceu com o masculino em Barcelona e este ano em Pequim. Ele é um dos principais nomes do esporte brasileiro de todos, apesar de ser pouco badalado.

Agora, ele tem a chance de não repetir os erros do passado. Após a conquista da medalha de ouro em 1992, Zé Roberto não conseguiu manter o foco de seus jogadores por quatro anos. A badalação foi grande. Muitos se deslumbraram com a fama repentina e pararam de conjugar os verbos na terceira pessoa. Em Atlanta, o desempenho foi fraco e a medalha ficou longe.

O treinador chegou a um equilibro com seu atual grupo de trabalho. Após a derrota em Atenas, ocorreram alguns problemas com as jogadoras. Mari ficou um tempo sem ser convocada. Jaqueline teve uma briga séria com o técnico e foi agastada do grupo.Tudo superado.

Já tendo naufragado uma vez, ele certamente lidera melhor com a situação. Mas manter o foco é um grande desafio. Tão grande quanto ganhar um ouro.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Ouro à distância

Maggi de mágica! Maurren Maggi é a primeira brasileira a ganhar uma medalha de ouro em Jogos Olímpicos. Foi no salto em distância. Foi à distância, na China. Foi no primeiro salto. Foi dependendo única e exclusivamente do seu corpo. Ela não precisou utilizar sua última tentativa. Foi por um triz, quer dizer, um centímetro. O primeiro lugar veio pela distância mínima. Por um centímetro, a russa Tatyana Lebedeva ficou com a prata. Pela segunda vez, os chineses ouviram hino brasileiro.

Maurren brilha como poucos já brilharam no esporte brasileiro. Superou dificuldades. Passou por cima do olhar desconfiado de todos. Não desistiu. Pulou os problemas. Pulou um dourado 7,04 metros. Ela disse que está em Pequim por causa de sua filha Sofia. O mundo de Sofia tem Maurren Maggi como a maior saltadora do planeta.

Opostos

O futebol brasileiro segue sem o ouro olímpico. O time feminino conquistou a prata. O masculino ficou com o bronze.

As mulheres perderam na decisão para as americanas. Comandadas por Marta, as brasileiras jogaram mais e tiveram que encarar uma retranca ianque. Apesar da vontade, garra e entrega a bola não entrou. Os Estados Unidos venceram por 1 a 0 na prorrogação. É um bi-vice da seleção que deve ser comemorado.

Por outro lado, o “esquadrão” de Dunga terminou em terceiro. Pela apatia e falta de dedicação dos jogadores, a medalha tem pouco significado. Era um time sem alma, que não atingiu seu objetivo e de quebra foi humilhado pela Argentina. Pouco a ser celebrado.

Agora, todos voltam à realidade. Os bronzeados retomam sua vida na Europa com contratos milionários. Os Jogos Olímpicos serão apenas uma página em suas vidas. As prateadas, em sua maioria, retornam par um país sem estrutura, sem um campeonato de futebol decente, sem patrocínio, é um monte de sem. A medalha é o ponto alto de suas suadas vidas. Eles deveriam se inspirar mais nelas.

Quando a CBF, que arrecada cifras enormes a cada ano, vai disponibilizar uma fatia decente para o futebol feminino? O que mais elas precisam fazer para receberem o apoio que merecem?

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Sem comparações

O Brasil disputa na manhã deste sábado a final do futebol feminino em Pequim. As chances de vitória são boas. As americanas já jogaram mais.

Mas vamos deixar bem claro, caso o ouro venha para cá não podemos cair na bobagem de dizer que a tão sonhada medalha de ouro do futebol brasileiro chegou. Que agora, o país do futebol já conquistou todos os títulos da modalidade. Óbvio que a medalha será importante, mas não tem o mesmo peso. O valor simbólico dela será bem menor do que uma vencida pelos homens.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Vexame recheado com humilhação

Ocorreu o previsto. Dunga não é técnico. Ele acabou com a farra, mas não trouxe o futebol. Por tanto, ficou na mesma.

Seu trabalho foi apenas chamar 18 jogadores e escolher 11 para jogarem. Seu desempenho nos últimos jogos no comando da seleção principal foi tão fraco que ele perdeu sua credibilidade, que já era pouca.

Não realizando um bom trabalho, levou um careteiraço da CBF. O presidente da entidade, Ricardo Teixeira, convocou Ronaldinho Gaúcho em rede nacional. Sua autonomia tinha ido para o espaço, mas ainda tinha uma escala na China.

Diante de adversários fracos foi tudo bem. Mas contra a Argentina se viu o real nível do time que Dunga, no alto de sua arrogância, chama de seu. Se a seleção era dele, a maior parcela da culpa também é.

No decorrer dos jogos, morreu com Diego em campo, com um Thiago Neves jogando muito. Rafinha é insuficiente. Além disso, o treinador não teve coragem de substituir Ronaldinho durante os jogos. O ex melhor do mundo, só enganou. Segue acima do peso. Move-se pouco. Não teme explosão. Parece aquele tio das peladas que fica parado e só dá tapinhas na bola.

O sonho do ouro acabou com uma goleada sofrida contra a Argentina, num 3 a 0 ao natural. Com direito a humilhação, com os brasileiros distribuindo pontapés nos minutos finais. Falta de espírito olímpico e sem ele é difícil vencer nos Jogos Olímpicos.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Balcão de vendas

Dirigentes de futebol adoram dar aulas de administração em suas entrevistas. Parecem serem os únicos capazes de conduzirem um clube, quando na maioria dos casos, o que ocorre é o contrário.

Pois a diretoria do Inter vendeu Renan. Segundo os cartolas, o valor era muito alto para não vender o goleiro – o Valência pagou 5 milhões de euros. É uma quantia interessante. Mas ao negociar o jogador, se passou por cima de um dos fatores mais relevantes de uma administração: pensamento a longo prazo.

O gol é a mais delicada das posições do futebol. Será difícil achar um substituto para Renan. Com ele com a camisa 1, o Inter não se preocuparia com o assunto por 10 anos. Num projeto visando o futuro, se notaria que, na verdade, os cofres do clube ganharão 500 mil euros por ano. O que torna o benefício da transação baixo. Podia-se, também, esperar o fim dos Jogos Olímpicos para uma maior valorização do jogador.

Provavelmente, o clube penará até achar alguém em que possa confiar para ser o primeiro nome em sua escalação. Após a saída de Taffarel foi assim. No vizinho Grêmio, o mesmo fato ocorreu após a Era Danrlei.

A força do Grêmio

O Grêmio vence. Não importa como.

Os três pontos vão para a contabilidade Tricolor mesmo quando o time não joga bem.

Quando a atuação é boa, a vitória é de goleada.

A defesa falha muito pouco.

Faça chuva ou faça sol, o Grêmio faz o resultado.

Seja no Olímpico ou acima do Mampituba.

A equipe é sólida e encorpada. Não mostra sinal de desgaste.

O único problema é que as atuações são sempre do limite.

Tem até uma gordurinha acumulada.

A possibilidade de título, a cada rodada concluída, fica cada vez mais forte.

Phelps

Na mitologia grega, o Deus dos mares e das águas chamava-se Poseidon. Milhares de anos depois, nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, inspirados nos que o correram na Grécia antiga, Deus atende pelo nome de Michael Phelps.

Nunca ninguém fez nada igual. O nadador americano é o maior atleta olímpico de todos os tempos. Seu corpo é anormal. Com um 1,90 de altura, sua envergadura é de dois metros. Para seu tamanho, suas pernas são curtas demais. Seu pé calça 47. Essa falta de simetria é perfeita para nadar. Está mais para peixe do que para homem.

Seu objetivo em Pequim era bater a marca de seu compatriota Mark Spitz, que em 72, levou sete medalhas de ouro. Antes disso, ele passou a ser o medalhista com maior número de ouros na história olímpica. Provavelmente, Phelps será o maior atleta deste século.

Em Atenas foram seis ouros. Agora, ele alcançou oito. Nunca ninguém fez nada igual. Só parecido Ao todo são dezesseis medalhas. A história foi escrita. Agora, é esperar para que um novo fenômeno resolva aparecer, reescrever a história e superar Phelps.

Bolt é completo

O velocista brasileiro, Sandro Viana, reclamou de Usaim Bolt. O jamaicano é o homem mais rápido do mundo. Venceu os 100m com folga. Sobrou demais. Depois disso, disputou as eliminatórias dos 200m. Mais uma vez, seus adversários só enxergaram suas costas. Irreverente, sempre faz brincadeiras e gestos antes e depois das provas em que participa.

Viana não gostou das atitudes de Bolta. Segundo ele, o seu adversário é marrento. É preciso explicar pra o brasileiro que é melhor ser um arrogante rápido que um humilde lento.

Essa opinião é corroborada por Róbson Caetano. Talvez, por isso, ele tenha sido medalhista olímpico.

O esporte se tornou sério demais. Tudo é levado com uma cara sisuda de mais. Não são aceitas provocações, nem brincadeiras. Lógico, em tudo há limites. Bolt está dentro deles e dá show na pista e fora delas.

Erro no solo, show no microfone

O ginasta Diego Hipolyto era favorito ao ouro na prova de solo. Ele sabia disso. No seu último salto, o tombo. A medalha desapareceu. Ficou a quatro anos de distância. Talvez ela nunca venha. Acontece.

Sem conseguir conter as lágrimas, que caiam num rosto que mostrava toda a sua decepção, Hipolyto pediu desculpas aos brasileiros. Ele sabia que seus resultados tinham criado uma expectativa gigantesca para a sua apresentação. Em nenhum momento, ele fugiu da responsabilidade. Fez bonito.

Por sua dignidade, ele merece aplausos.

Sobre amareladas

Não estou conseguindo opinar sobre os Jogos Olímpicos como gostaria. Uma pena. Peço desculpa aos leitores deste blog. Vou tentar tirar o atraso.

O Brasil, mais uma vez, faz uma campanha abaixo da esperada. Já era previsto que o maior número de medalhas viria na reta final, mas mesmo assim o desempenho preocupa.

Não somos um país olímpico, estamos longe disso. Falta base. Por tanto, pensar que o Brasil poderia ocupar as primeiras posições no quadro de medalhas é utopia. Porém, poderia ser melhor. Sensivelmente melhor. Com dois vacilos feios a menos, poderíamos estar entre os 20 primeiros.

O problema é que os poucos atletas com condições de brigarem pelas primeiras posições acabam não rendendo o esperado. No popular, amarelam, pipocam, tremem. Use o adjetivo que quiser.

Lógico que nem todos os favoritos vencem. Muitos tropeçam. Faz parte da competição. Mas no caso brasileiro, as medalhas dos candidatos ao ouro que não atingem o objetivo fazem falta. Ocorrem surpresas, como as meninas da vela, mas elas não compensam todas as perdas.

Como sempre, muitos colocam a culpa na imprensa que, segundo eles, pressionam demais os atletas. A imprensa pressiona? Lógico. É a uma das funções dela. Mas TODOS os grandes atletas sofrem pressão. Michael Phelps tinha sobre ele a expectativa do MUNDO INTEIRO, não apenas de seu país, e conquistou o que dele se esperava. Ele disputou OITO provas, não podia errar em nenhuma. Não errou.

Os brasileiros mais pressionados recebem maior atenção da mídia, pois fizeram por merecer. Conquistaram resultados significativos. Mas quando se tornam favoritos não agüentam. São fracos de cabeça. O problema é psicológico, não técnico. Não quer ser pressionado, fica em casa!

O grande problema dos atletas, excluindo algumas modalidades como futebol e vôlei, por exemplo, é que eles querem os bônus de serem bons, mas não querem saber dos ônus. A fama, o dinheiro, a badalação, são bem vindos. Quando falham, aparecem as desculpas e se eximem de responsabilidade. Os elogios que massageiam o ego, servem e são bem aceitos. As críticas não. Aí, fica fácil. Lidar com a pressão faz parte do quisito para se tornar um grande atleta.

Bolão

Com uma rodada de atraso, publico a classificação do Bolão do Blog após o fim do primeiro turno. A conferencia dos pontos foi feita pelo Lucas Uebel.

Valter – 4 pontos
Gustavo, Paulo, Lucas e Mateus 3 pontos
Agnelo, Márcio e João – 2 pontos

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Surpresas para compensar

Nada como um dia após o outro. Após o fracasso do bem cotado João Derly, o Brasil conquistou duas medalhas no judô nesta segunda-feira com nomes bem menos famosos, mas não menos talentosos.

Ketleyn Quadros levou o bronze na categoria leve feminina. Ela fez história. Pela primeira vez, o Brasil subiu ao pódio em Pequim. Nascida no Distrito Federal, ela se tornou a primeira judoca brasileira a colocar uma medalha no peito.

Poucos minutos depois, foi a vez do esquecido Leandro Guilheiro, bronze em Atenas, repetir o feito em Pequim. Ele demorou 22 segundos para finalizar a luta. Como já foi escrito aqui, ser derrotado ou triunfar faz parte do esporte. Guilheiro sempre que entrou no tatame buscou a vitória. Se tivesse ficado sem medalha, não seria problema, ao menos, teria tentado de verdade. Fez por merecer seu terceiro lugar.

Foi bom as primeiras medalhas terem saído logo. Tira um pouco da pressão dos próximos brasileiros. Os torcedores daqui parecem ter síndrome de “ejaculação precoce” e anseiam demais o primeiro pódio. Agonia ver outros países com um batalhão de medalhas, mas por aqui não funciona assim. Além disse, a maioria das medalhas brasileiras devem vir na última semana de competição.

Agora, ne em casa

Após uma super-campanha nos primeiros jogos no comando do Inter, o trabalho do técnico Tite travou. Agora, o problema não é só fora de casa. Dentro do Beira-Rio os resultados, também, não aparecem.

A justificativa pode ser que os reforços estão começando a jogar. Balela! Mesmo sem grandes nomes no elenco, pode-se fazer bom desempenho, basta ter uma boa organização tática. Tite não consegue mais isso. Sua equipe não tem jogada, não tem posse de bola e depende única e exclusivamente de um homem para marcar gols, Nilmar.

O camisa 9 anotou os últimos sete gols do Colorado neste Brasileirão, inclusive o do empate por 1 a 1 com Figueirense neste domingo. Time que depende exclusivamente de alguém para balançar as redes é time pequeno. Lógico, que o Inter não é, mas se porta como.

A torcida demonstra insatisfação. A presença no estádio diminuiu. As vaias aumentaram. O crucificado da vez é Marcão, que não está bem, é verdade, mas a culpa pelo futebol apresentado e pela fase passam longe dele. O título virou utopia. A Libertadores já é lucro.

Num domingo em que o colorado João Derly amarelou, seu time fez o mesmo. Num primeiro tempo de jogar no lixo, levou um gol da Máquina do Estreito. O empate saiu em cobrança de falta de Daniel Carvalho e conclusão de Nilmar, em posição duvidosa, igualou o placar.

Nos 45 minutos finais, um pouco melhor postado, o Inter teve vontade para virar o resultado, mas falou força e futebol. O empate é um péssimo resultado e reflete o momento vivido.

Reestréias

O dia foi de reencontro de colorados com Bolívar e Daniel Carvalho, que voltaram a defender as cores do clube. O defensor não foi bem. Errou lances fáceis e abusou de carrinhos faltosos. Daniel, mesmo pesado, foi bem. O gol saiu em cobrança de falta sua no mesmo estilo da época em que surgiu no Inter.

O centroavante Luiz Carlos estreou, mas pouco fez.

domingo, 10 de agosto de 2008

Fácil, extremamente fácil

Sem fazer força, o Brasil chegou aos 5 a 0 sobre a Nova Zelândia. O resultado garantiu a vaga nas quartas-de-final. Falta garantir o primeiro lugar do grupo para fugir da Itália na próxima fase.

O adversário brasileiro era amador. O placar é o que menos importa. Ronaldinho sobrou, mesmo que ainda não seja aquele Ronaldinho.Essa é a melhor notícia. Ele assume o posto de líder deste time dentro de campo. A vitória da moral e mostrou um Brasil mais encorpado.

A briga será mesmo com Itália e Argentina. Os primeiros mostram bom futebol e jogam para frente. Nada de retranca. Los Hermanos não fazem boas atuações e vencem mais pela camisa do que pelo futebol apresentado. Mesmo assim, são perigosos.

PS: A Nova Zelândia atuou toda de branco, o Brasil todo de azul, até parecia a Itália. Qual o motivo para não ter atuado com a tradicional camisa canarinho?

Menos uma medalha, mais uma desculpa

O judoca João Derly não ficou nem perto de uma medalha. Caiu logo na segunda rodada. Esperava-se mais. Bem mais. Ele era dado como medalhista certo. Ela não veio.

Após a derrota, ao invés de lamentar e levantar a cabeça, o gaúcho preferiu se eximir de responsabilidade. “Por ter dois títulos mundiais, eu não era obrigado a ser campeão olímpico”, opinou.

Nos esportes individuais, tem se tornado característica dos brasileiros, desde os Jogos de Sydney (200), “amarelarem”. Na verdade, os atletas de ponta daqui não sabem serem favoritos. Eles querem ter bons resultados, espaço na mídia e dinheiro no bolso, mas não querem pressão. Na hora que precisam brilhar sucumbem e sempre há uma justificativa ensaiada.

Vencer ou perder é inerente do esporte. Se um atleta que conquistou o mundial duas vezes não tem obrigação de vencer, quem terá? Cabia ao judoca dizer que não deu e que estava decepcionado com seu desempenho e ponto.

Derly faz parte de um seleto grupo de atletas brasileiros que não podem reclamar de falta de incentivo e estrutura para treinamentos. Patrocinado pela Sogipa, tem a sua disposição tudo que precisa para desenvolver um bom trabalho.

Ainda há muitos Jogos Olímpicos de Pequim. Que os brasileiros com chances de medalha aprendam a lidar com a pressão. Caso percam, que não justifiquem com desculpas o desempenho. Fica mais bonito. Não é feio admitir a superioridade do adversário.

Primeiro turno no bolso

O Grêmio cruzou a meia-maratona do Brasileirão na frente. As últimas 19 rodadas tendem a ser mais difíceis que as primeiras. Mas se o Tricolor ainda não tem cara de favorito ao título, também não parece ser o coelho da competição.

Até o momento, o clube faz a melhor campanha da história dos pontos corridos. O time pode não ter nenhum craque, mas não há espaços para pernas de pau. São somente duas derrotas até aqui e um futebol consistente mostrado até aqui.

O esquema 3-5-2 caiu dos céus para Roth, foi uma saída emergencial para os desfalques antes da primeira rodada. Deu certo e ficou. Virou postulante ao título.

Ontem (sábado) mais uma goleada fora de casa, 4 a 0 no Atlético-MG. Um adversário pedindo para ser rebaixado merece ser massacrado. Foi assim que o Grêmio fez. Aproveitou as chances que teve. Atrás, Victor salvou, mas goleiro está lá para isso. De um a onze o Grêmio joga bem. Todos cumprem sua função.

O time de Roth prova que não é difícil fazer bóias campanhas no Brasileirão, basta ser organizado. O Grêmio vai, agora, para a parte mais complicada da maratona, onde pode faltar oxigênio. Ainda é um pouco cedo para pensar na taça. O título se definirá nas últimas dez rodadas, quando cada jogo é uma decisão. Independente do que ocorra, o Tricolor merece elogios.

sábado, 9 de agosto de 2008

Fim de uma geração

Daqui a pouco, às 3 e meia, começa o fim de um ciclo. A Era Bernardinho acabará ao término da participação da seleção masculina de vôlei em Pequim. O ex-levantador reserva da geração de prata, assumiu o posto de treinador em 2000, após bons desempenhos com a equipe feminina brasileira.

Bernardinho pegou um time em baixa. Em Sydney, o Brasil havia sido eliminado nas quartas-de-final para a Argentina de Milinkovic e Weber. O pódio andava distante sob o comando de Radamés Latari.

A mentalidade foi mudada. O resultado foi imediato. Mesmo sendo mais baixos que os adversários, Bernardinho fez seus jogadores tornarem-se gigantes. O Brasil, novamente, passou a ser o adversário a ser a batido. Foram muitos títulos, culminando com o ouro em Atenas.

Após a conquista, um pacto foi firmando para buscar o bi. Daquele time, apenas três nomes não continuam. Giovane aposentou-se e virou treinador. Nalbert, primeiro, tentou a sorte no vôlei de praia, depois retornou a quadra e conviveu com inúmeras lesões. E Ricardinho que brigou com Bernardinho antes do Pan-Americano do Rio.
Entraram: Bruno, Samuel e Murilo.

Na Liga Mundial, no mês passado, em oito anos, foi a primeira vez que o técnico não levou sua seleção ao pódio. O time chega a Pequim como favorito, mas com um certo olhar de desconfiança.

Bernardo Rezende é o maior técnico do mundo no vôlei. Um exemplo de dedicação, profissionalismo e competência. A jornada dele e de seus garotos começa a chegar ao fim. Perfecrcionista como é, Bernardinho não espera nada menos do que o ouro.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

De novo, de novo

Tudo voltou ao normal e o Inter, mais uma vez, perdeu como visitante. O Colorado acabou não ajudando o rival Grêmio, que, matematicamente, ainda não conquistou o primeiro turno do Brasileirão. Mas o pior é não ter colaborado com si mesmo.

Levar 2 a 0 do Cruzeiro, no Mineirão, é resultado normal. Acontece. O problema é a soma de placares amargos longe do Beira-Rio. Dentro do retângulo de jogo, o que assusta é a irregularidade do desempenho dos jogadores. Marcão e Wellington Monteiro não acertaram nada. O gol de Gérson Magrão teve a falha de ambos.

Sem poder contar com Taison e Andrezinho, Tite optou por escalar uma equipe sem articulador. Impossibilitado de contar com uma figura como essa, talvez, a melhor alternativa fosse escalar três atacantes, assim, ao menos, a retaguarda cruzeirense ficaria mais presa e preocupada. Na pior das hipóteses, não daria certo, mas sairia da obviedade. Edinho, Magrão, Guinazu e Rosinei juntos, sabia-se que dificilmente encaixaria.

Edinho teve que armar jogadas, o que não é a dele, e não é a de nenhum outro que estava no time titular. O onze inicial esteve tão desestruturado que não havia um bom chutador de pênaltis. Fazendo um esforço imenso, o Colorado conseguiu um. Nilmar, de ladinho de pé, bem fraquinho chutou para Fábio defender. No segundo tempo, Sorondo fez contra ainda nos minutos iniciais.

O título virou sonho, a possibilidade, neste momento, é a Libertadores, no máximo. O certo é que a fase não agrada e o efeito Tite passou. Será que o discurso motivacional do treinador não funciona mais?

O Inter, ainda, tem inúmeras contratações que devem estrear nas próximas rodadas. São bons valores. Porém, pelo segundo ano consecutivo, o clube comete o mesmo erro. Monta uma equipe para o ano seguinte. Na temporada passada, após vexame na Libertadores e um início de Brasileirão desanimador, chegaram os reforços visando uma boa campanha em 2008 para levar o Colorado à Libertadores no ano do centenário. Agora, a história se repete. Os dirigentes pensam no futuro e esquecem o presente. Já disse o filósofo: “futebol é momento”.


Alguém lembra?
Conversando com alguns amigos, alguém se recorda de um gol de Nilmar de fora da área, num grande chute?

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Dentro do previsto

Foi difícil. Já era previsível. Será complicado a Seleção de Dunga vencer com brilhantismo nestes Jogos Olímpicos. Faltam muitos aspectos para isso ocorrer. Vencer a Bélgica por 1 a 0 foi o suficiente para não recair sobre os jogadores pressão maior do que já existe.

O time foi muito Diego, com garra, vontade e transpiração, e pouco Ronaldinho, sem jogadas de efeito ou lances geniais. Aliás, o Gaúcho pouco fez com a bola nos pés. Quem acompanhou seu ritmo foi Pato. O gol de Hernanes foi de classe, daqueles que faz todos pensarem quais são os motivos que levam o treinador a não escalá-lo na equipe principal.

Os belgas, com pouca habilidade, fizeram uma partida de muita força, o que tornou o jogo ríspido em muitos momentos. O único porém da estréia, é que o Brasil ainda não teve um jogador que se destacasse individualmente. A Argentina e a Itália, nas figuras de Messi e Giovinco, respectivamente, já encontraram as referências técnicas de seus selecionados.Vai entenderA Itália levou apenas um jogador acima dos 23 anos, o atacante Rocchi da Lazio. Não é que o técnico Casiraghi deixou o cara no banco de reservas! Só podia ser pegadinha.

Vitória com sustos

Recém tinha começado o jogo e o Grêmio fez 1 a 0 sobre o Ipatinga, gol de Perea, em posição duvidosa. Era um prenuncio de uma vitória larga, afinal o adversário ocupa a lanterna do Brasileirão e o Tricolor atuava em casa.

Era, mas não foi. A equipe mineira é briosa e mesmo que tenha tudo para ser rebaixada, venderá caro cada derrota. O Tigre do Vale do Aço é muito mais competitivo que o América-RN foi no ano passado.

O Grêmio não só criou pouco, como também passou por momentos difíceis. Mais uma vez, São Victor salvou. Os três pontos deixam bem encaminhado o título do primeiro turno. Se a perfeição no Brasileirão está à milhas de distância de existir, o time de Celso Roth chega à metade do torneio sem grandes vacilos. Porém, é preciso lembrar que a maratona do campeonato tem 38 rodadas e estamos chegando apenas na metade, falta muita estrada ainda.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Inversão de horários

A partir de hoje, trocarei a dia pela noite / madrugada. Terei a oportunidade de fazer parte da equipe dos Jogos Olímpicos de Pequim da Bandeirantes RS. Claro, faremos a cobertura aqui de Porto Alegre, mas com bastante material mandado pela Band SP e pelo repórter Ribeiro Neto que acompanha a Seleção de Dunga.

O carro-chefe da programação será o Expresso Olímpico, que irá ao ar todas as madrugadas – o horário variará de dia para dia. Tentarei não deixar o blog às moscas. A intenção é deixar um pouco o futebol de lado e falar sobre as Olimpíadas e da experiência de participar de uma cobertura, mesmo que não seja in loco. Enquanto isso, sintonizem seus radinhos no AM 640, quem não for daqui, poderá ouvir o programa pelo site da Band.


Bom Jogos Olímpicos para todos!

domingo, 3 de agosto de 2008

Mantendo o bom momento

O Grêmio seguem sem dar chances aos seus adversários no Olímpico. Neste domingo, o triunfo foi em cima do organizado Vitória por 2 a 0.

O jogo foi disputado até o Tricolor abrir o placar com William Magrão, que chutou após ter cometido falta em cima do seu marcador. Tendo que correr atrás do resultado e tocando bem a bola, o Vitória veio para cima e criou perigo. Porém, não conseguiu a igualdade.

Depois do intervalo, a situação mudou. Celso Roth conseguiu neutralizar os movimentos do adversário e seu time teve diversas chances. Porém, o gol não saia. Apesar de estar melhor, a situação era de tensão. Poderia ser daquelas partidas onde quem não faz leva e o empate seria uma catástrofe. Porém, nos últimos minutos veio o alívio através de um foguete de Reinaldo.


Das equipes da ponta, o Grêmio é a única que não viveu uma má fase no Brasileirão, por isso lidera. Será que a má fase virá?0o

Aleluia!

Demorou quase um turno para o Inter conquistar sua primeira vitória fora do Beira-Rio. Podia ser fácil, mas foi complicado o triunfo por 2 a 1 diante do Fluminense, no sábado.

O Colorado, que havia se intimidado com as dimensões do gramado do Ipatingão, não foi afetado pela imensidão do Maracanã. Estranho isso, não?

A diferença estava na postura. Na vontade de vencer. Tite colocou o time para jogar futebol, inclusive, com Marcão apoiando. O resultado da nova atitude foram dois gols de Nilmar na primeira metade da partida, sendo um deles em cruzamento do camisa 6.

A confortável vantagem poderia ter sido ampliada. O Inter tinha bola para isso, mas não o fez. Deixou o abatido Fluminense gostar do jogo e pressionar. A situação passou a ser desconfortável para os visitantes que não crivam mais. O ápice foi o gol de Somália no segundo tempo. Clemer fez duas importantes defesas evitando o empate. Assim, no sufoco, pela primeira vez, o Colorado voltou para casa com três pontos na bagagem.

O resultado faz a equipe de Tite ainda poder sonhar nessa Brasileirão. Os primeiros 30 minutos de bola rolando devem servir de exemplos para os próximos confrontos, sejam eles em casa ou fora. Qualidade o Inter tem. Por vezes, parece faltar disposição.

Difícil entender

- Guto e Valter não ficaram nem no banco diante do Flu. Na partida anterior, eles haviam sido TITULARES. Quem sentou no reservado foi Rodrigo Paulista de futebol já conhecido e que não inspira confiança. Ao menos em Guto e Valter ainda há esperança.

Liderança virou fumaça

Felipe Massa estava em primeiro lugar no GP da Hungria de Fórmula 1. Sua corrida era espetacular. Saindo em terceiro, após a primeira curva já era o líder, protagonizando uma das mais fantásticas largadas dos últimos anos. Contando com um o imponderável, o então, segundo colocado, Lewis Hamilton tinha o pneu esquerdo de sua McLaren furado e caiu para o pelotão intermediário. Assim, o brasileiro voltava à ponta do campeonato de pilotos com relativa folga em relação ao inglês e ao seu companheiro Raikkonen, o que poderia lhe dar uma favorecimento nas etapas finais.

Porém, faltando três voltas para o fim da prova, a temperamental sorte resolveu trocar de lado. Em plena reta dos boxes, o motor da Ferrari explodiu. Na fumaça que saia do quase inquebrável propulsor italiano, ia-se pelos ares a vitória e liderança na classificação. Com todos os problemas, a vitória ficou para o finlandês Kovalainen, seguido pelo surpreendente Glock da Toyota e de Raikkonen, que agora, está melhor posicionado no mundial do que Massa.

Número bonito

Para quem gosta de números redondos, históricos e significativos no esporte, o resultado ficou de bom tamanho. Kovalainen se tornou o centésimo piloto a vencer uma corrida na categoria.

O segundo lugar de Glock também foi bacana. Foi seu primeiro pódio. Agora, faltam quatro pilotos estrearem entre os três primeiros para a F-1 chegar à marca de 200 homens diferentes que viram subir as bandeiras de seus países ao fim da corrida. Importante ressaltar, que esta foi a primeira corrida do alemão após a pancada no GP da Alemanha.

Observações

- Lamentável o desempenho de BMW. Kubica largou em quarto e terminou em oitavo. Heidfeld nem chegou perto dos pontos. A equipe está sentindo o momento em que se divide as atenções no desenvolvimento do carro deste ano e no projeto do bólido para a próxima temporada, que terá inúmeras modificações nas questões aerodinâmicas.

- Piquet parece ter encontrado um bom ritmo. Com o que tem nas mãos, mantendo o desempenho é lucro.

- Mesmo com o azar, que por vezes ainda lhe persegue, e estando apagado nos últimos finais de semana, Raikkonen é vice líder do mundial de pilotos. Quando será que a Ferrari vai decidir favorecer um dos pilotos?


GP da Hungria

1) Heikki Kovalainen (McLaren)

2) Timo Glock (Toyota)

3) Kimi Rakkonen (Ferrari)

4) Fernando Alonso (Renault)

5) Lewis Hamilton (McLaren)

6) Nelsinho Piquet (Renault)

7) Jarno Trulli (Toyota)

8) Robert Kubica (BMW)


Mundial de pilotos

1) Hamilton 62 pontos

2) Raikkonen 57 pontos

3) Massa 54 pontos