segunda-feira, 3 de março de 2008

O esporte e os nomes

Ao escrever sobre o Red Bull Brasil me estralou um assunto na cabeça. O qual eu gostaria de escrever há tempos. Depois disso, um amigo puxou conversa sobre o mesmo tema. Por tanto, está na hora de digitar linhas sobre ele.

Na faculdade é ensinado aos futuros jornalistas que uma das funções dos veículos de comunicação é cobrar. E a imprensa esportiva faz muito isso, cobra da iniciativa privada um maior investimento no desporto brasileiro. Reivindicação corretíssima, pois com uma população do tamanho da nossa, deveríamos ter uma quantidade bem maior de atletas de elite. Porém, algumas emissoras vêm esquecendo de dar o crédito quando os pedidos são atendidos e geram excelentes resultados.

Vou citar alguns exemplos que são repugnantes para o fã de esportes. A Red Bull possui duas equipes na Fórmula-1. A Red Bull, que é chamada de RBR (sigla para Red Bull Racing). O motivo para isso deve ser que a Red Bull é uma empresa de energéticos e isso daria publicidade gratuita aos austríacos – como se denominado-a RBR as pessoas deixassem de saber que a equipe é da Red Bull.A neurose não para por aí. A Toro Rosso, pertencente a já referida equipe, é chamada de STR (Scuderia Toro Rosso). O motivo? Eu também gostaria de saber. O que me leva a questionar o seguinte: caso o Red Bull Brasil cresça e dispute torneios importantes, ele será chamado de RBB?

Indo para esportes com menos exposição, os absurdos são ainda maiores. No Vôlei, a UCS é o Caxias do Sul, a Cimed chama-se Florianópolis, a Unisul é denominada Joinville, o Banespa recebeu a alcunha de Sã Bernardo, entre outros. Vale dizer que em todos os exemplos citados, as equipes só existem por causa das empresas que montaram os times e elas não estão patrocinando um clube, o que ocorre com a Telemig que investe no Minas. No futsal, o supra-sumo da “falsa malandrgem” é chamar a ACBF, que é uma sigla, de Carlos Barbosa. É dose.

Agora, a mania atingiu o futebol. A Ulbra virou o Canoas. Muda o nome e o artigo. Nesse caso a sacanagem é maior. A Universidade investiu pesado no esporte. Construiu um estádio e ginásios, montou equipes de várias modalidades e na hora de ter seu nome divulgado, ela tem que ouvir ser chamada de Canos. Assim não dá!

Resumindo: discursar que o esporte precisa de investimento é fácil, mas virar as costas para os investidores quando os resultados aparecem é maldade. Vou além, é quase uma falta de honestidade. Na hora de cobrar a fala saí em alto e bom som. No momento de dar os louros da vitória, muda-se o nome das entidades por questões de marketing. Quem perde é o esporte.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu lider, nao vejo saida para o esporte se ele nao se adaptar as regras do `jogo`. Do jogo comercial. O Estado (brasileiro) nao tem dinheiro suficiente para bancar o esporte porque o pessoal precisa forrar os bolsos, e a maioria das modalidades esta aderindo a venda do nome para a publicidade.
Vejo aqui na Australia que a maioria dos estadios, de rugby ou futebol, tem nome de empresas. Telstra Stadium, Acer Arena, ANZ Stadium, Toyota Stadium, Vodafone Arena... Isso rola pra gerar mais receitas, ja que homenagear alguem dando um nome a uma arena nao gera nada, so respeito ao passado. O Atletico Paranaense nao `alugou` o nome do estadio tambem?
Nao esqueca tambem dos clubes pequenos ou medios que sao comprados por magnatas ou empresas pra se fazer propaganda `gratis`. Vide o Chelsea, que nao era nada antes...
O Luis Estevao nao comprou o Brasiliense pra fazer propaganda politica?
That`s Brazil my friend!!!

Marcos Chavarria disse...

Concordo planamente. E vale lembrar que na primeira corrida da Red Bull, ela foi chamada de Red Bull por todos, inclusive pelo Galvão Bueno. Só depois o departamento de marketing da Globo foi se dar conta do que estava acontecendo.

E no caso da Ulbra, não são em todos os veículos que tá saindo Canoas, somente em alguns. Mas, certamente, vai virar Canoas assim que eles se ligarem do aspecto comercial da coisa.

E não se pode esquecer do espisódio mais cômico da ligação imprensa gaúcha com o esporte mundial: quando o O SUL botou uma tarja preta nas propagandas do banco RBS nos carros da Williams!! hehehe