domingo, 16 de março de 2008

Corrida dos imprevistos

Nélson Piquet, o pai, uma vez disse que “a torcida quer ver acidentes e torce para que o piloto saía bem após a batida”. Seguindo a tese do tricampeão mundial, o Grande Prêmio da Austrália fez a alegria dos amantes do esporte a motor. Foram sete os resistentes que terminaram a prova.

A vitória foi de Lewis Hamilton, da McLaren, que passou distante de todos os problemas da corrida. Nada o tirou da ponta. Nunca vi um líder de corrida aparecer tão pouco na tevê.

Entre os brasileiros, o melhor foi Rubens Barrichello. Mas todos sabem como é a sorte do Rubinho, ela dura pouco. O piloto da Honda fez bela prova, digna de pontuar. Chegou, até mesmo, a namorar um pódio, mas não deu. Durante uma das entradas do Safety Car na pista, a equipe chamou Barrichello para fazer seu pit stop. Não podia. Durante o reabastecimento, um mecânico fez um sinal errado e Rubinho arrancou com a bomba de gasolina engatada. Como tragédia pouca é bobagem, Barrichello deixou o pit lane sob luz vermelha. Terminou a prova em sexto, mas foi desclassificado.

Massa foi Massa, e parece não ter aprendido com os erros do passado. O ferrarista segue afoito. Errou na primeira curva da corrida ao tentar forçar ultrapassagem. Depois envolveu-se em acidente com David Coulthard. Como gran finale, teve o motor do seu carro estourado. O atual campeão, Kimi Raikkonen fez grande corrida, até atrasar uma freada e sair da pista. Depois disso, o motor Ferrari pediu água. Acabar em oitavo, na zona de pontos, ficou no lucro.

O estreante Piquet coroou o péssimo fim de semana, com uma horrível corrida e destoou dos demais. Nada deu certo. Enquanto esteve na pista, antes do carro quebrar, sempre foi o mais lento. Deleta tudo e começa de novo na Malásia, semana que vem. Seu companheiro de Renault, Alonso, provou que atualmente é o melhor piloto da Fórmula-1. Andou mais que o carro, sempre esteve no limite. Dentro das circunstâncias o quarto lugar foi fantástico.

Entre os calouros, o melhor foi o francês Sebastien Bourdais, que ficou com o sétimo posto, apesar de não ter completado as 58 voltas, pois o propulsor de seu carro estourou a três voltas do fim. Aliás, três motores Ferrari abriram o bico e deixaram seus pilotos a pé. Que fase!

Rosberg conquistou seu primeiro pódio e mostra que a Williams está forte em 2008. O que é louvável, já que a equipe faz parte da história deste esporte e parecia que teria um fim similar a Tyrrell, Brabham e Lótus. Antes de subirem ao pódio, Rosberg e Hamilton se abraçaram efusivamente. Os dois jovens pareciam crianças. Bacana. Essa falta de alegria e espontaneidade, é que, às vezes, deixam o esporte chato.

O fim do controle de tração beneficiou o espetáculo. Agora pode-se ver quem tem braço de verdade. Os erros estão ocorrendo com mais facilidade e com o tempo diminuirão. Os pilotos precisam é dosar a força no pé direito a partir de agora.



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