domingo, 16 de março de 2008

Como nossos pais

Três pilotos da atual temporada da Fórmula 1 resolveram seguir a carreira dos pais. Cada vez que entrarem no cockpit junto com eles constará um determinado peso. E carro mais pesado anda menos.

Talvez essa seja a razão para Nelsinho Piquet estar tão lento. A pressão sobre ele é a maior dentre eles. Ele é o terceiro filho de tricampeão mundial de F-1 a tentar a sorte na categoria. No passado os dois filhos da lenda Jack Brabham não vingaram. Gary participou de dois finais de semana, mas nunca conseguiu alinhar o carro no grid. Já seu irmão mais novo, David, disputou 24 Gps, sem marcar pontos.

Pela primeira vez na carreira, Nelsinho está sozinho. Até então, tinha recebido todos os apoios possíveis do pai. Apesar de uma estréia que beirou o vexame, não há motivos para alarde. É até compreensível o desempenho tendo que provar que é capaz de vencer sendo próle de alguém que conquistou três títulos, 485,5 pontos, 23 vitórias, 24 poles e 60 pódios. Para a dinastia Piquet seguir reinando na elite do automobilismo, é bom Nelsinho jogar para fora do carro todos esses números na primeira curva de cada corrida.

Se fazer qualquer tipo de comparação entre os Piquets é precipitado, entre os Rosbergs a questão já se pode ser mais profundada. O patriarca, Keke, levou a taça em 82. Mas dos campeões na categoria, é um dos que possui os piores números. Foram 114 GPs, 159,5 pontos, escassas cinco vitórias, três poles e 17 pódios. Seu forte era a regularidade. Nico está na sua terceira temporada. Seu desempenho vem crescendo e ajudando a Williams a sair do ostracismo, quem sabe voltar a ser grande. Em 36 corridas, marcou 30 pontos e um pódio. Se a F-1 entrar numa Era de equilíbrio, o alemão, filho de finlandês, tem tudo para superar o pai.

Os pilotos japoneses entraram para o folclore do automobilismo. Numa jogada de marketing as montadoras nipônicas começaram a encaixar pilotos da Terra do Sol Nascente na F-1. Nenhum deles vingou. Todos fizeram trapalhadas. Satoru Nakajima conseguiu vaga para correr na Lotus graças à Honda. Seu companheiro era Nélson Piquet. Suas barbeiragens eram assustadoras. Mesmo assim conseguiu marcar 16 pontos em 74 provas. Em números, é o segundo melhor “japa” da história, atrás do, ainda em atividade, Takuma Sato.

Em duas corridas, Nakajima san errou feio em ambas e, mesmo assim, levou três pontos para casa. Com a regra atual, onde os oito primeiros pontuam, e pilotando para o tio Frank, Kazuki tem obrigação de fazer mais bonito do que o pai.

Um comentário:

Marcos Chavarria disse...

Quando o cara é bom, tanto faz quem é o pai! Temos o Damon e o Jacques, nos anos 90.

PS: Achava muito mais legal quando só os seis primeiros pontuavam...