terça-feira, 19 de agosto de 2008

Sobre amareladas

Não estou conseguindo opinar sobre os Jogos Olímpicos como gostaria. Uma pena. Peço desculpa aos leitores deste blog. Vou tentar tirar o atraso.

O Brasil, mais uma vez, faz uma campanha abaixo da esperada. Já era previsto que o maior número de medalhas viria na reta final, mas mesmo assim o desempenho preocupa.

Não somos um país olímpico, estamos longe disso. Falta base. Por tanto, pensar que o Brasil poderia ocupar as primeiras posições no quadro de medalhas é utopia. Porém, poderia ser melhor. Sensivelmente melhor. Com dois vacilos feios a menos, poderíamos estar entre os 20 primeiros.

O problema é que os poucos atletas com condições de brigarem pelas primeiras posições acabam não rendendo o esperado. No popular, amarelam, pipocam, tremem. Use o adjetivo que quiser.

Lógico que nem todos os favoritos vencem. Muitos tropeçam. Faz parte da competição. Mas no caso brasileiro, as medalhas dos candidatos ao ouro que não atingem o objetivo fazem falta. Ocorrem surpresas, como as meninas da vela, mas elas não compensam todas as perdas.

Como sempre, muitos colocam a culpa na imprensa que, segundo eles, pressionam demais os atletas. A imprensa pressiona? Lógico. É a uma das funções dela. Mas TODOS os grandes atletas sofrem pressão. Michael Phelps tinha sobre ele a expectativa do MUNDO INTEIRO, não apenas de seu país, e conquistou o que dele se esperava. Ele disputou OITO provas, não podia errar em nenhuma. Não errou.

Os brasileiros mais pressionados recebem maior atenção da mídia, pois fizeram por merecer. Conquistaram resultados significativos. Mas quando se tornam favoritos não agüentam. São fracos de cabeça. O problema é psicológico, não técnico. Não quer ser pressionado, fica em casa!

O grande problema dos atletas, excluindo algumas modalidades como futebol e vôlei, por exemplo, é que eles querem os bônus de serem bons, mas não querem saber dos ônus. A fama, o dinheiro, a badalação, são bem vindos. Quando falham, aparecem as desculpas e se eximem de responsabilidade. Os elogios que massageiam o ego, servem e são bem aceitos. As críticas não. Aí, fica fácil. Lidar com a pressão faz parte do quisito para se tornar um grande atleta.

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