sábado, 5 de janeiro de 2008

Os perigos de Dubai

Dentro de algumas horas, o Inter entrará em campo para disputar a sua partida de estréia na Copa Dubai, contra o Sttutgart. É um fato histórico para o futebol gaúcho. Será a primeira vez que um clube daqui irá fazer uma pré-temporada em solo estrangeiro, isso é irrefutável. Tire-se este acontecimento, o evento só é diferenciado pelo dinheiro que entrará no caixa. Qualquer adjetivo além de histórico para a participação colorada na Ásia é exagerado.

O discurso do Inter é de tentar expandir a sua marca no exterior, conquistar aquele mercado futebolístico e, quem sabe, tornar pré-temporadas no exterior uma rotina. A idéia parece um pouco pretensiosa. Os grandes clubes europeus faturam fortunas por lá por um simples motivos, eles têm grandes garotos propagandas, os melhores jogadores do mundo. A abarrotar os bolsos vendendo a imagem de Ronaldinho, Ronaldo, Kaká, Drogba, entre outros, é fácil. Mas quem poderá fazer isso pelo Inter? Talvez, Fernandão. O camisa 9 é bom jogador, mas está léguas de distância de se tornar um astro do futebol internacional. Além disso, no futebol brasileiro os craques vem e vão constantemente. Os onze que vão ser titulares em Dubai podem não acabar o ano morando em Porto Alegre. Por tanto, tentar tornar o Inter um clube mundial, só tem um jeito: voltar a vencer a Libertadores, ou ao menos, disputa-la com mais freqüência. Um torneio na Ásia não é milagroso.

Só não podem ocorrer duas situações nos Emirados Árabes. A primeira é dar vexame. Hipótese remotíssima. Primeiro, porque o time de Abel Braga encara com seriedade a competição. Segundo, porque os outros três clubes, Inter de Milão, Sttutgart e Ájax, não dão tanta importância assim e não vão dar a alma em campo. Some-se a isso, que o elenco de jogadores do Inter não é desprazível. Provavelmente, o colorado vença o primeiro jogo e perca na decisão para a homonímia Inter, hoje o melhor time do mundo.

A outra situação que não pode ocorrer, por mais estapafúrdia que possa parecer, é o Inter vencer a competição batendo a líder do campeonato italiano na final. Caso isso aconteça, poderão vir à tona os mesmos erros cometidos em 2007. Após vencer o Barcelona na final do Mundial, o colorado realmente achou que tinha o melhor time do mundo. O que não era verdade. Com isso, o ano passado foi todo perdido. Essa soberba pode voltar à cabeça dos dirigentes, torcedores e jogadores colorados, caso o time triunfe. O que poderia prejudicar a campanha de 2008 e deixar o clube de fora da Libertadores no ano de seu centenário.

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