quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Tragédias cariocas

O Fluminense contratou Renê Simões para salvar o clube do rebaixamento no Brasileirão. O treinador levou a Seleção da Jamaica à Copa do Mundo de 1998. Conquistou a prata com o futebol feminino em 2004. Depois, teve passagem apagada pelo Vitória e no ano passado, conseguiu recuperar o Coritiba na Série B e fez o Coxa Branca voltar à elite do futebol nacional.

De cara, seu nome não seria o mais indicado para tirar o Flu dessa situação. Mas uma análise mais profunda pode-se notar que essa não é mais uma contratação folclórica, típica do futebol carioca. Simões é um positivista, completamente o oposto do demitido e depressivo Cuca. Seu trabalho é voltado para fortalecer a parte mental dos jogadores. No Coritiba, ele espalhava frases de incentivo aos atletas por todo o Estádio Couto Pereira, lá deu certo.

A derrota na Libertadores abalou demais o elenco do Tricolor das Laranjeiras que ainda está no período de fossa. Apesar de algumas saídas de jogadores, ainda há qualidade, apesar da contratação de Edcarlos. Por isso, René Simões é uma boa escolha. Mas por seu estilo, caso o Fluminense caía, certamente ele virará parte do folclore do futebol carioca. É um risco a ser corrido, pior do que está não fica.

Seria a terceira queda do clube para a Série B. Numa delas houve virada de mesa e Fluminense seguiu na Primeira Divisão. Depois, caiu para a Segundona e na seqüência conheceu a Terceirona. Após vencer a Série B, tirou proveito da Copa João Havelange e subiu sem escalas para a Série A. Com o forte patrocinador que possui, caso seja rebaixado, voltará rapidamente, assim como faz o Corinthians esse ano.

O Vasco vive situação pior. O elenco é menos qualificado e o novo presidente, Roberto Dinamite, pegou a bomba, ou a dinamite para não perder o trocadilho, prestes a estourar. Ele vai rebaixar o clube sem ter culpa. A situação é causada pelo câncer Eurico Miranda, que nesse momento deve estar fumando seus charutos cubanos confortavelmente em casa.

A maior tristeza se o cruzmaltino cair, será ver dois craques e símbolos do clube participarem dessa tragédia. Dinamite e Edmundo, em seu ano de aposentadoria, fizeram demais pelo Vasco para participarem do vexame. Agora, quem merece é Leandro Amaral, que não quis cumprir contrato com o Vasco e se debandou para o Fluminense, mas justiça o mandou voltar. Quis dar de esperto e se deu mal. Caso seja rebaixado, o Vasco do jeito que está, sem dinheiro e sem time, dificilmente retorna em um ano para a elite.

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