segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Relmbrando o passado (1): Altafini

Quem puder assistir, não perca o Bem Amigos de hoje. O programa foi gravado nos novos estúdios da Rede Globo na Itália. Participam da atração quatro grandes jogadores do futebol brasileiro, o atual zagueiro da Roma, Juan, o meia/lateral Leonardo, o oitão Rei de Roma, Falcão, e José João Altafini. O último, principalmente para os mais jovens, é um desconhecido e pouco reconhecido no Brasil.

Tendo atuado sob a alcunha de Mazzola, ele é ídolo na bota. Ele seria uma espécie de Émerson Fittipaldi do Calcio. Foi Altafini o primeiro brasileiro a ter grande destaque Itália. E em números, segue sendo o melhor atleta nacional a desfilar por aqueles gramados.

Caçula de uma família de cinco filhos, o apelido é devido a sua semelhança física com Valentino Mazzola, craque italiano morto na tragédia aérea de Superga, que vitimou toda a delegação do Torino em 1949. Se não fosse jogador, o seu futuro era ser mecânico - chegou a ser matriculado num curso técnico.

Altafini era um centroavante matador, cuja as principais características, além do chute preciso, eram a força e a velocidade. Nascido em 1938, seus primeiros toques na bola foram no clube de sua cidade, o XV de Piracicaba. Numa agremiação sem muita expressão, suas qualidades ficaram grandes demais e seu destino foi o Palmeiras, onde atuou de 56 até 58.

Apesar de poucos jogos pela Seleção Brasileira, conquistou a Copa do Mundo de 58, marcando dois gols. Com a amarelinha foram 11 jogos, balançando as redes por oito vezes. O bom desempenho no mundial na Suécia valeu uma transferência para o Milan, em agosto daquele ano, onde ficou até 65. Nos rossoneri, Altafini atingiu o ápice de sua carreira, atuando por três anos ao lado do também brasileiro Amarildo (foto), conquistando dois campeonatos italianos e uma Copa dos Campeões da Europa.

Numa época em que a dupla cidadania era rara, aproveitou-se de ser filho de imigrantes italianos e se tornou um cidadão daquele país. Com o passaporte na mão, foi convocado para defender a Azzurra no mundial de 62, no Chile. Naquele mesmo time, havia outro naturalizado, o argentino Omar Sivori, tido por muitos como o melhor jogador argentino de todos os tempos. Apesar da presença de dois craques “importados” a seleção não passou da primeira fase. A participação com a camisa italiana, é um fato que ele se arrepende até hoje. Pela Itália foram seis jogos e cinco gols.
Depois de defender o Milan, foi a vez de ir mais para o sul do país e atuar pelo Napoli (de 65 a 72). Já aos 34 anos, voltou a atuar por um clube de elite e se juntou à Juventus, onde conquistou mais dois scudettos. Pela Juve, marcou um dos gols mais inesquecíveis de sua carreira. No campeonato de 74/75, os bianconeri lideravam o torneio dois pontos a frente do Napoli. As duas equipes se enfrentariam num jogo que praticamente decidiria o campeão. A partida estava empatada em 1 a 1, Altafini entrou no fim da partida e fez o gol da vitória.

Já sem o mesmo rendimento do início de carreira, Mazzola abandonou o futebol italiano para ganhar um troco e aposentar-se na Suíça, defendendo os pouco expressivos Chiasso e Stabio. A aposentadoria veio em 80, aos 42 anos. Um final de carreira, dentro de campo, muito parecido com o que vive Romário.

No calcio, Altafini atingiu números expressivos. É o terceiro maior artilheiro da Série A ao lado da lenda Giuseppe Meazza, tendo assinalado 216 gols, ficando atrás de Silvio Piola (276) e Nordahl (225).Ele entrou em campo 459 vezes, sendo o vigésimo na lista de aparições.

Altafini atualmente, é comentarista da Sky, apresenta na rádio RTL Cuore e batticuore e chegou a se aventurar como cantor. Como cronista, ficou marcado ao comentar os jogos e chamar os telespectadores de amici.
O Divério, um dos poucos que levam este blog a sério eheh, morou na Itália e pode falar com maior propriedade o que representa o Altafini por lá.

2 comentários:

Anônimo disse...

Grande Lider, gostei muito da noticia do roubo do secador de cabelos do Capello!!!FANTASTICA!

Um abraco

Rafa Mano Diverio disse...

Poxa, Valtinho... não sobrou quase nada pra eu falar dele...

Pra acrescentar, posso dizer que ele é respeitado na Itália pelas opiniões. Mas tem um sotque mto engraçado.

Por exemplo, a palavra GIANNI se pronuncia DJIANNI em italiano. E ele fala JANNI.

Então tinha um programa que dava aos domingos na TV aberta chamado "Quelli che il calcio..." e tinha um cara que imitava ele que era hilariante. Não vi mto esse programa pq, justamente, passava na hora do futebol, e na minha casa tinha TV a cabo.

Mas muitas vezes me pediram pra falar CUCUJANJI, a palavra que o imitador mais falava quando interpretava o Altafini.

Espero ter contribuído...