sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Relembrando o passado (2): Dino Baggio

O sobrenome mais famoso da década de 90 no futebol italiano foi Baggio. Num primeiro momento, lógico, o nome que vem na cabeça é Roberto, um dos maiores jogadores do futebol contemporâneo. Porém, Dino é um nome a ser lembrado. Para constar, não há nenhum parentesco entre os dois.

Aos 37 anos, Dino Baggio está recomeçando a carreira. Isso mesmo. Em estilo Michael Jordan, o volante, após dois anos de aposentadoria , retornou aos gramados no fim de semana passado atuando pelo Tombolo, time de sua cidade natal, Camposampiero, localizada na província de Pádua. O convite para defender o clube da terceira divisão foi de seu primeiro treinador, Cesare Crivellaro. O retorno não foi dos melhores, derrota em casa diante do Campodoro por 1 a0. Domingo tem novo desafio, contra o Brusegana.

No Brasil, Dino seria um jogador muito contestado pelo seu futebol. Na Itália foi ídolo e de extrema importância para a seleção nacional. Com um futebol pouco refinado, de muita pega, força, vontade e impeto, atuava na contenção do meio campo, mas seu vigor físico permite inúmeras chegas à frente. No aperto, jogava no setor defensivo, também.

No futebol, profissional, o primeiro clube foi o Torino, após três temporadas foi contratado pela Inter de Milão, em 1991. As boas atuações, renderam a primeira convocação para a “Azzurra”. A estréia foi contra o Chipre, no mesmo jogo que marcou a primeira partida de Demtrio Albertine pela “nazionale”. Vitória por 2 a 0. Ao todo foram 60 jogos com a camisa italiana e uma partiicpação nos Jogos Olímpicos de 92.

Uma temporada na capital mundial da moda e veio a transferência para à Juventus. Em Turim, encontrou o outro Baggio. O clube vivia um momento ruim, onde via o Milan ganhar títulos e força. Na Juve, levantou apenas a taça da Copa Uefa. Em compensação garantiu vaga para disputar a Copa do Mundo de 94.

No mundial, a presença de Dino foi vital para a Itália. Após derrota na estréia para a Irlanda, Dino manteve viva as chances da Itália permanecer na competição. Na segunda partida, após o goleiro Pagliuca ter sido expulso, ainda no primeiro tempo, ele foi o salvador da pátria ao marcar de cabeça o gol da vitória sobre a Noruega (vídeo). Nas quartas-de-final contra a Espanha, Dino fez o primeiro na vitória por 2 a 1.



Em 98, nova convocação para a Copa do Mundo. Desta vez, apesar de ter atuado em todos os jogos, Dino não foi tão decisivo na campanha italiana. A “Azzurrra” foi elimina nas quartas-de-final pela França nos pênaltis.

Após o vice-campeonato mundial, e, 94, a Juventus recebeu uma proposta do Parma para ter Dino Baggio. Num primeiro momento, a proposta foi recusada pelo jogador e quem quase foi negociado foi Del Piero. Mas o volante voltou atrás e fechou com os parmegianos.

Bancado pela Parmalat, o clube viveu seus melhores anos com sua presença, conquistando uma Copa Uefa e brigando pelo título do calcio. Na campanha do título continental, um fato marcou a carreira de Baggio. Em jogo disputado na Polônia contra o Wisla Cracovia, o meiocampista foi atingido na cabeça por uma faca arremessada pela torcida. O fato teve como conseqüência um longo gancho da equipe polonesa em competições organizadas pela Uefa.

Em 2000, deixou o Parma para transferir-se para a Lazio, então a atual campeão da Série A. Num time estrelar, com Crespo, Vieri, Sérgio Conceição, Veron, Salas, Nedved e Nesta, a presença de Baggio entre os titulares era cada vez menor. Em três temporadas pelos laziali foram apenas 44 jogos. O jeito foi deixar o clube da capital em 2003 e tomar novos rumos. A tentativa foi vingar na Inglaterra onde seu futebol parecia se encaixar perfeitamente.

A carreira no Blackburn não deu certo. Com mais de 30 anos e sem a mesma vitalidade do início de carreira, Dino não despertou interesse nenhum clube grande, tendo que assinar contrato com o Ancona, que participava pela primeira vez da elite do calcio. Num elenco recheado de jogadores de idade avançada, como Maurizio Ganz, Jardel e Andersson, e outros de qualidade técnica duvidosa como Fábio Bilica, o destino do pequeno clube foi o rebaixamento com a pior campanha da história da Série A. Foram 34 jogos, duas vitórias, sete empates e 25 derrotas, com 21 gols marcados e 70 sofridos e um aproveitamento de 12,7%. Daquela campanha, safou-se apenas o atacante da Macedônia Goran Pandev, atualmente na Lazio.

Vendo a carreira desandar, Dino ainda tentou uma última cartada na Triestina. Em Trieste rescindiu o contrato após três partidas. Depois de dois anos de chuteiras penduras, ele volta para jogar onde começou. Este é o fim de muitos jogadores que não souberam o momento de parar.

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