quarta-feira, 16 de junho de 2010

A arte de defender

Duas propostas antagônicas de futebol se apresentaram na África do Sul nesta quarta-feira. De um lado o toque de bola da Espanha. Do outro o jogo fechado, em busca de um empate ou uma vitória magra, da Suíça. Quem defendeu mais do que atacou atingiu o sue objetivo, vencendo por 1 a 0, uma goleada.

Essa foi a 27ª partida dos suíços em Copas e somente a nona vitória. Nas suas 13 participações, o time dos Alpes sofreu 51 gols, provando que a tática defensiva poucas vezes atingiu seu resultado. A Suíça alcançou a quarta partida seguida em Mundiais sem ver a bola balançar a sua rede. Na Alemanha, há quatro anos, foi eliminada sem ter sido vazada.

Terra dos crepes, de relógios, queijos e do ferrolho, o a seleção passou a adotar essa formatação após a derrota por 2 a 0 para a Hungria, na Copa de 1938. O técnico Karl Rappan entendeu que a melhor forma de se equiparar diante de equipes mais qualificadas seria se fechar e tentar decidir o jogo em um ou dois lances. Mais de 70 anos depois, a Suíça, utilizando essa estratégia atinge o seu resultado mais expressivo ao derrotar a Espanha. Uma vitória da disciplina tática, da pressão sobre a bola e do aproveitamento das chances.

Aos espanhóis não há motivos para desespero. O time segue dependem apenas de seus resultados para se classificar. As idéias não podem ser jogadas fora por causa de um resultado. A preocupação deve estar na mente dos jogadores, seja pela falta de humildade na estreia ou por um abatimento excessivo. Não pode-se criar uma “síndrome de Copa” no elenco.

A Fúria pressionou, colocou o adversário nas cordas, mas abriu a guarda. Mesmo tendo perdido, a equipe de Vicente del Bosque atuou melhor que muitos vencedores em sua primeira partida da Copa. A derrota espanhola é boa para o Brasil, diminuindo a pressão sobre Dunga, pois os três pontos saírem mesmo sem um bom futebol. O resultado espanhol pode ser ruim para o Brasil, aumentando as possibilidades de ter a Fúria como adversária nas oitavas de final.

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