segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Nem Big Phill

“Felipão é demitido” e outras manchetes do gênero são inéditas. Pelo menos nos últimos 15 anos, elas não estamparam as páginas dos jornais. Pois, nem Luis Felipe Scolari, o Felipão, é intocável ou indemissível. O Chelsea anunciou, nesta segunda, a demissão do treinador brasileiro.

A aventura do gaúcho na Inglaterra durou sete meses. Felipão não fez o milionário elenco do clube londrino jogar bem, nem mesmo conquistar resultados positivos. O gringo não venceu um clássico sequer. Pior, com inúmeros títulos nas costas, o técnico não resistiu à pressão da torcida que clama por um ex-ídolo do clube para assumir o cargo, o italiano Zola, ainda incipiente na profissão, mas com bons resultados no West Ham.

Motivador nato, Felipão esbarrou no problema da língua. Ele sabe se comunicar em inglês, mas certamente seus discursos tão tocam fundo na Torre de Babel chamada Chelsea. O que mais deve doer na alma do treinador é o momento de sua saída. A recuperação parecia estar logo ali na frente.

Ela ocorre exatamente quando Felipão mais gosta se dar bem, no mata-mata. No fim do mês iniciam as oitavas-de-final da Copa dos Campeões da Europa. A medida tomada por Roman Abramovich e seus asseclas visa salvar o principal objetivo na temporada. Conquistar a Premier League parece tarefa impossível – o Chelsea está a sete pontos do líder Manchester United, que não sofre gols há 20 horas no torneio. A Juventus, adversária dos Blues agradece. Será que o dirigente russo não conhece o currículo do brasileiro?

A demissão de Felipão é uma derrota do futebol brasileiro. Nos últimos anos, os homens da prancheta mais eficientes da pátria de chuteiras tentaram a sorte no Velho Continente. Nenhum deles acabou o que começou. Luxemburgo se enrolou no espanhol e durou pouco no Real Madrid. Felipão, mesmo sem a soberba de seu colega, sucumbiu no Chelsea.

O país do futebol segue sem conseguir emplacar um técnico nas principais ligas européias. Agora, é preciso saber qual caminho Felipão seguirá. Dificilmente ele abandonará a Europa. Com o seu histórico, outras chances deverão surgir, talvez não tão boas. Mas é assim que o gaúcho de Passo Fundo gosta. Ele prefere vencer quando é o azarão. Porém, desde já Dunga deve ficar atento, os pedidos pela volta de Scolari na seleção começarão a surgir o quanto antes. É bom vencer a Itália na terça.

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