quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

ESPN Brasil está de parabéns

A EPSN Brasil tomou uma decisão difícil, mas correta. A emissora decidiu não comparecer mais às entrevistas coletivas de Muricy Ramalho, técnico do São Paulo.

O treinador é um resmungão de primeira. Na sua última entrevista, após derrota do Tricolor Paulista, esbanjou má educação. Atirou para todos os lados. Muricy é um baita profissional, dedicado, competente, trabalhador. Porém, possui uma imensa dificuldade em lidar com críticas. Odeia ser colocado na parede pelos jornalistas. Como defesa usa a ironia e o mau humor.

Quando a fase não é boa, usa o mantra do trabalho. Ele esquece que os outros também trabalham. Ser jornalista é uma profissão, assim como ser treinador de futebol. Para Muricy parece que só ele trabalha, os outros estão ali por diversão e para incomodá-lo. Para o comandante Tricolor só entende de futebol quem concorda com suas ações, os outros não manjam do riscado. Não é assim.

Fazer a imprensa esperar mais de hora para ouvi-lo é uma atitude tomada desde a primeira passagem pelo Inter. A falta de paciência, também. No começo o jeito caipira de Muricy até era engraçado, mas isso mudou de nível. Atingiu status acima dos esperados. Muricy é grosso em suas respostas. Grosso mesmo.

Em Porto Alegre, Mano Menezes, quando treinava o Grêmio, começou a dar “patadas” nos jornalistas e radialistas em todas as coletivas. Um dia, num raro dia de união, a maioria dos profissionais resolveu não participar da coletiva. Somente dois se dispuseram a entrevistar o treinador. Mano, que é bem mais agradável e educado que Muricy, sentiu o golpe, citou o fato em sua coletiva seguinte e baixou um pouco a crista.

Tricampeão brasileiro, cotado para ser o próximo técnico da Seleção, Muricy acha que está acima de tudo. Mas a primeira derrota depois de muito tempo chegou. Junto com ela se aproxima a Libertadores, seu sonho de consumo, que insiste em não ser conquistado. Tudo isso soma para as suas atitudes.

A medida tomada pela ESPN Brasil é corretiíssima. Ela exige ser tratada com mais respeito. O problema é que a classe não é unida. Todos os outros veículos deveriam seguir o exemplo, assim Muricy passaria a respeitar mais e a entender melhor o papel da imprensa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo no fato do Muricy ser chato e mal educado. Mas é complicado o cara (treinadores em geral) sair de um jogo e já ter que dar entrevista coletiva. E o pior é que não são perguntas agradáveis, é tudo cobrança em cima deles.
Não acho que a ESPN está certa, pois senão o mesmo poderia se esperar por parte dos treinadores. Se a emissora se sente ofendida é melhor encerrar as atividades, pois assim como os treinadores tem que escutar perguntas idiotas e as vezes capciosas a emissora também deve aceitar as respostas de suas perguntas.